Camponeses alojados no ginásio Zelu, em Messias (AL), depois de um brutal despejo em outubro de 2024 conquistaram no dia 25 de abril uma vitória sobre a ordem de despejo emitida pela prefeitura. O governo queria expulsar os camponeses do ginásio sem oferecer nenhuma alternativa de alojamento.
A notificação foi entregue por uma representante da Assistência Social que já chegou ao ginásio acompanhada de uma equipe da PM. Os policiais intimidaram os camponeses e proibiram gravações. Alguns moradores deixaram o ginásio por conta das ameaças.
Mas um conjunto de moradores foi até a Assistência Social para exigir o cancelamento do despejo. A Assistência Social negou que os camponeses seriam expulsos e assumiu o compromisso de que o episódio não voltaria a ocorrer.
A tentativa de despejo foi mais uma violência por parte do governo contra os camponeses empilhados no abrigo precário. A falta de água no local é constante, o que força os camponeses a caminharem 1 km até um chafariz sempre que precisam do bem básico.
Essa escassez foi usada como elemento de pressão: na semana do despejo, um caminhão pipa que oferece água para os moradores de vez em quando passou em regiões vizinhas ao ginásio, mas não abasteceu o abrigo.
Essa tentativa de despejo não foi a primeira. No início do mês de abril, a prefeitura já havia dado uma ordem de despejo, com um prazo de 15 dias para os camponeses desocuparem o ginásio. Entretanto, os camponeses ainda permaneceram no ginásio, por não conseguirem dar entrada no “aluguel social” prometido pela prefeitura.
A prefeitura tem posse há 12 anos dos terrenos da Usina de onde os camponeses foram despejados (ver abaixo). As terras foram desapropriadas dos usineiros para obras do Projeto de Aceleração e Crescimento (PAC) que nunca foram concluídas. Mesmo assim, se nega a entregar as terras aos camponeses.