Em nota, camponeses do Acampamento Mãe Bernadete afirmam: ‘Acampamento Mãe Bernadete Vive e Resiste!’

Os camponeses denunciaram os crimes em uma nota divulgada na página do Instagram do acampamento, acampamento.mae.bernadete. Ela pode ser lida na íntegra abaixo:

Em nota, camponeses do Acampamento Mãe Bernadete afirmam: ‘Acampamento Mãe Bernadete Vive e Resiste!’

Os camponeses denunciaram os crimes em uma nota divulgada na página do Instagram do acampamento, acampamento.mae.bernadete. Ela pode ser lida na íntegra abaixo:

Os camponeses organizados no Acampamento Mãe Bernadete, em Carinhanha, Sul da Bahia, com apoio da Liga dos Camponeses Pobres (LCP), seguem a denunciar os ataques da pistolagem. Recentemente, os camponeses derrotaram invasões pistoleiras ao acampamento e detenções pela Polícia Militar, e conseguiram manter-se firmes nas terras retomadas.

Segundo os camponeses apoiados, as investidas, que envolvem a destruição de plantações e casas e o roubo de pertences, são ordenadas pela mineradora Calsete, gerenciada por Lineu Fernando Carvalho, e executadas pelos agentes da empresa terceirizada Faroeste Segurança Patrimonial Ltda. Os camponeses denunciaram os crimes em uma nota divulgada na página do Instagram do acampamento, acampamento.mae.bernadete. Ela pode ser lida na íntegra abaixo:

Acampamento Mãe Bernadete Vive e Resiste!

O Acampamento Mãe Bernadete, em Carinhanha na Bahia, completou oito meses no dia 19 de abril, celebrando o Corte Popular para 70 famílias de camponeses que prontamente ocuparam seus lotes construindo novos barracões e estabelecendo a produção. Durante todo esse período, após terem enfrentado uma megaoperação de despejo realizada pela Polícia Militar do Estado da Bahia junto com pistoleiros contratados pela Calsete Indústria e Comércios Ltda., com sede em Sete Lagoas, Minas Gerais, as famílias vêm resistindo e vencendo as mentiras, calúnias, perseguições e cercos do latifúndio, ganhando cada dia mais o apoio da opinião pública na cidade, no estado e em todo o país.

Lineu Fernando Carvalho, gerente da Calsete, demonstrando seu desespero, covardemente passou a nova investida contra o Acampamento, particularmente nos últimos trinta dias, tendo contratado uma empresa de pistolagem terceirizada chamada Faroeste Segurança Patrimonial Ltda, com sede a 505km de Carinhanha,em Luis Eduardo Magalhães/BA. Seu quadro associativo é composto por Ana Paula Bernardy e Gouveia, Heráclito Gouveia, Davi Dacttes Galvão e Davi Silva Simões. Os dois últimos são policiais militares do Estado da Bahia, o que comprova mais uma vez a conivência do velho Estado quanto à formação e organização de bandos paramilitares criados para perseguir o povo no campo e nas favelas das grandes cidades.

Nos episódios mais recentes, Lineu e sua tropa de covardes, sorrateiramente incendiaram vários barracos, aproveitando-se do momento em que as famílias estavam trabalhando em outro local e depois na Festa da Pega do Boi no Mato (festa tradicional que reúne milhares de pessoas na comunidade vizinha e que é oportunidade de renda para os camponeses).

No dia 25, Lineu gravou um vídeo onde anunciou que com novos incêndios haviam posto fim ao Acampamento Mãe Bernadete, porém, estavam enganados. O ACAMPAMENTO MÃE BERNADETE VIVE E RESISTE! Nesta mesma noite, ao atacarem o acampamento, deram com os burros n’água, pois encontraram as famílias unidas e organizadas que colocaram a tropa de vagabundos para correr. Frente à frente com a superioridade numérica e moral dos camponeses, debaixo de foguetório e gritos de Morte ao Latifúndio! os pistoleiros e Lineu fugiram atordoados.

No dia seguinte, demonstrando mais uma vez seu desespero, Lineu acusou os camponeses de terem atirado contra seu carro. Não bastasse tentar se colocar como vítima, Lineu preparou uma armação para prender apoiadores do Acampamento. No dia 26, pela manhã, uma viatura da polícia militar adentrou a área de acampamento e prendeu duas companheiras e um companheiro após atividade em que fotografaram e recolheram as denúncias dos camponeses, sob acusações falsas e provas plantadas de que estariam armados. As companheiras e o companheiro foram levados para a delegacia da cidade sob ameaça de serem transferidos imediatamente para Guanambi. As famílias rapidamente se mobilizaram e foram para a porta da delegacia exigir a soltura de seus apoiadores. O latifúndio pressionou, mas no final da noite, após uma campanha de arrecadação, as fianças foram pagas, contando com participação das famílias e empréstimo de apoiadores. As duas companheiras foram postas em liberdade já à noite, mas o companheiro foi mantido detido até a parte da manhã, pois alegaram questões administrativas, mesmo após o pagamento da fiança.

A extrema-direita latifundiária tenta, em vão, deter a luta pela terra em todo o país aplicando violência e contando com a reacionarização do Estado e apaziguamento dos oportunistas. No entanto, nada poderá deter a justa luta pela terra.

A Fazenda Lagoa dos Portacios é dos camponeses!
Viva o Acampamento Mãe Bernadete!
Viva o Corte Popular!
Abaixo a criminalização da luta pela terra!

Convocamos a todos os democratas, apoiadores da luta pela terra, a se juntar ao Comitê de Apoio ao Acampamento Mãe Bernadete, apoiando politicamente com denúncias e divulgação dessa justa luta, acompanhando as notícias pelo Jornal A Nova Democracia e pelo Instagram @acampamento.mae.bernadete.

Convocamos particularmente os trabalhadores e operários da Calsete em Sete Lagoas, para que rechacem essa grande injustiça e a criminalização da luta pela terra. Convocamos também aos amigos e apoiadores que puderem contribuir para a campanha de finanças. Que façam Pix para a advogada Doutora Kátia Morais: 31987219705.

Comitê de Apoio ao Acampamento Mãe Bernadete

Carinhanha, 27 de abril de 2024.


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