Camponeses do Projeto Itaparica protestam contra Codevasf

Milhares de camponeses estão em protesto contra a Codevasf em várias cidades do Sertão do São Francisco, em Pernambuco (Floresta, Petrolândia, Belém do São Francisco). 
Foto ilustrativa

Camponeses do Projeto Itaparica protestam contra Codevasf

Milhares de camponeses estão em protesto contra a Codevasf em várias cidades do Sertão do São Francisco, em Pernambuco (Floresta, Petrolândia, Belém do São Francisco). 
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O Projeto Itaparica é um conjunto de 10 assentamentos criados para abrigar a população que foi deslocada das áreas que foram inundadas pela barragem de Itaparica, no final dos anos 80. No total, são 10 assentamentos, 6 em Pernambuco e 4 na Bahia. Entretanto, estes assentamentos sofrem com constante desabastecimento de água e energia, o que afeta seus 25 mil moradores. Desde que a Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) deixou de repassar os recursos necessários à administração dos assentamentos, quando eles passaram para a responsabilidade da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), que os serviços de abastecimento de água e energia vêm sofrendo constantes interrupções por falta de pagamento.

Por conta disso, milhares de camponeses estão em protesto contra a Codevasf em várias cidades do Sertão do São Francisco, em Pernambuco (Floresta, Petrolândia, Belém do São Francisco). 

Em Petrolândia, os trabalhadores protestaram pelo descaso da Codevasf com os assentados do Projeto, por conta da falta de água e energia para abastecimento e irrigação. Na manhã de segunda-feira, 12 de agosto, cerca de 2 mil manifestantes ocuparam o Eixo Leste da Tranposição do São Francisco e desligaram as bombas de água como forma de protesto. 

Em Floresta, na madrugada de 16 de agosto, os trabalhadores chegaram a abrir a comporta de uma barragem, liberando milhares de metros cúbicos de água como forma de protesto, e isto beneficiou dezenas de famílias camponesas que estavam sem abastecimento de água na região. 

Em Belém do São Francisco, por sua vez, os trabalhadores fecharam as estradas no Trevo de Ibó, interrompendo as BRs 316, 116 e 428. A demanda é para que sejam reestabelecidos o abastecimento de água e energia para a irrigação das plantações dos assentamentos, além do pedido de modernização do sistema de irrigação. O protesto se iniciou às 6 horas da manhã do dia 17 de agosto e durou até por volta das 16 horas. Participaram do ato cerca de 400 manifestantes. 

Atualmente, a Codevasf e suas autarquias são dominadas por figuras do chamado “centrão” – ligadas ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) – e alinhadas ao latifúndio. No ano passado, a empresa de familiares de Arthur Lira foi contratada para fazer uma obra para a Codevasf. A obra foi paga com emendas empenhadas pelo próprio Lira.

O atual presidente da empresa é Marcelo Moreira, indicado ao cargo no governo de Jair Bolsonaro e mantido por Luiz Inácio.  

No ano de 2023, a Codevasf licitou R$ 5,3 bilhões de reais, tendo recebido R$ 632 milhões de reais de créditos especiais, recursos mais do que suficientes para resolver os problemas dos assentamentos do Projeto Itaparica.

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