Sexta-feira (24/01), pouco mais de 3 meses após o despejo que tirou de suas terras mais de 700 famílias camponesas no município de Messias-AL, camponeses organizados pela Liga dos Camponeses Pobres (LCP) realizaram uma manifestação exigindo da prefeitura terrenos que haviam sido prometidos quando houve o despejo.
Os camponeses foram até a prefeitura do município em marcha. Ao chegar na prefeitura, um grupo de guardas sem farda formou uma fila cercando a entrada da prefeitura. “Nós viemos aqui exigir um direito nosso e não chegamos a encostar em nada nem ninguém. Esses guardas só provam o medo que eles têm quando o povo se une”, afirmou uma camponesa manifestante.
O ato teve pouco mais de 1 hora de duração; a prefeitura não enviou nenhum representante para conversar com os camponeses. “Ninguém ter vindo aqui falar com a gente só mostra a postura covarde dessa prefeitura”, disse camponês em entrevista ao correspondente local do AND.
“Queremos nossas casas!”, gritaram camponeses durante a manifestação. “O latifúndio e o Velho Estado são instituições gêmeas siamesas. A Usina Utinga Leão e a Prefeitura de Messias agem juntas contra os pobres do campo há muito tempo”, afirmou representante da LCP em entrevista ao AND.
“A Prefeitura engana o povo ao dizer que a Usina cedeu esses terrenos e que está esperando a Usina entregar a documentação desses terrenos. Última vez em que estivemos aqui, o engenheiro da prefeitura nos falou onde eram esses terrenos, e a verdade é que esses terrenos já haviam sido desapropriados pela prefeitura desde 2013 para fazer uma obra do PAC que nunca foi realizada. Ou seja, esse terreno já é da prefeitura há mais de 10 anos. A enrolação para entregar nos parece uma manobra eleitoral, de deixar isso se estender ao máximo, para a entrega ser o mais próximo possível das eleições”, continuou.
Os camponeses deixaram o ato com altivez e sede de luta, cada vez mais indignados com a postura apresentada pela prefeitura.