Canadá: Centenas de manifestantes destroem estátua de colonizador

Canadá: Centenas de manifestantes destroem estátua de colonizador

Estátua de colonizador é atacada pelas massas. Foto: Chris Helgren

Protestos combativos eclodiram em todo o Canadá, na primeira semana do mês de junho, após a descoberta de 215 restos mortais de crianças indígenas no terreno da Escola Residencial Kamloops, desativada desde 1996, vítimas de uma política genocida praticada pelos colonizadores britânicos.

Como resposta, um grande contingente de manifestantes derrubou no dia 06 de junho a estátua do colonizador Egerton Ryerson, um dos grandes idealizadores dos internatos e responsável direto pelo genocídio cultural e físico dos povos indígenas do Canadá.

Os relatórios em relação aos maus-tratos sofridos nessas escolas documentou abusos físicos, estupro, desnutrição e outras atrocidades sofridas por muitas das 150.000 crianças indígenas internadas. Acredita-se que as mortes das 215 crianças enterradas no terreno do que já foi a maior escola residencial do Canadá não foram incluídas nessa cifra e aparentemente não há documentação até a descoberta ocorrida no final de maio. 

Do século 19 até a última escola fechada em 1996, mais de 150.000 crianças indígenas  foram obrigadas a frequentar escolas cristãs financiadas pelo velho Estado como parte de um programa para “assimilá-las” forçosamente na sociedade canadense. Elas foram forçadas a se converter ao cristianismo e não puderam falar línguas nativas.

Isso servia, principalmente, como forma de minar o acesso à terra pelos povos indígenas, usurpando as suas crianças e mantendo-as trancafiadas, como forma de dividir os povos e tirar-lhes a força da juventude para tomar o que era seu por direito.

No país, 52,2% das crianças em internatos e orfanatos atualmente são indígenas, dado que mostra claramente a política colonial, anti-povo e de não acesso à terra até hoje perpetuada pelo velho Estado canadense. 

A estátua de Ryerson, que estava localizada na universidade de seu mesmo nome, foi coberta de tinta vermelha e cercada por calçados infantis, enquanto foram pichadas palavras de ordem como Desenterre-os!, como parte da exigência por um enterro digno para as crianças, além de diversas outras rechaçando o colonialismo.

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