Reproduzimos a seguir a carta que recebemos de Guadalupe Portelinha, viúva do falecido companheiro Alípio de Freitas. Nos trechos que prosseguem ela apresenta o seu agradecimento a redação do Jornal do Jornal A Nova Democracia.
Alípio de Freitas e sua esposa Guadalupe
Caros companheiros
Quero agradecer em meu nome e em nome de toda a família a vossa solidariedade manifestada no voto de pesar pelo falecimento de Alípio de Freitas.
Creio que Alípio gostaria que deixássemos expresso neste agradecimento o seu objectivo de toda uma vida que foi a luta incessante pela liberdade e pela dignidade dos seres humanos. Insistia que apenas o amor pela humanidade podia criar um mundo novo. Mesmo quando precisou de pegar em armas, no coração tinha sempre desfraldada a bandeira da paz e da bondade.
Estes tempos difíceis para o Brasil em que as conquistas realizadas estão em retrocesso acelerado foram para Alípio motivo de grande sofrimento. Devo dizer que Alípio morreu com o Brasil no coração, cheio de saudade e desgosto.
Em jeito de despedida, deixo aqui registradas algumas das suas palavras, uma espécie de mensagem final que o definem e reivindicam o seu lugar na constelação da Utopia: “(…) mais do que tudo sou um andarilho e um agitador social, dedicado às causas do povo. A minha Pátria é a luta do povo. O meu objectivo de vida é a construção da Utopia.”
Com afecto, o nosso abraço.
Pela família de Alípio de Freitas
Guadalupe Magalhães Portelinha