Nada de novo sob o sol
Há algo a dizer sobre o novíssimo-MEPR, sua relação com o oportunismo em geral e suas formas de manifestação. Aqui pretendo o dizer tão brevemente quanto possível.
Lênin apontou que “A luta ideológica do Marxismo revolucionário contra o revisionismo, no final do século XIX, não é mais que o prelúdio dos grandes combates revolucionários do proletariado, que, apesar de todas as vacilações e debilidades dos elementos pequeno-burgueses, avança para o triunfo completo da sua causa” (Marxismo e revisionismo). Parece ser este novamente o caso, se bem que não como mera repetição.
Vemos em nosso país um pujante movimento camponês que hasteia bem alto a bandeira da Revolução Agrária, que anima os corações das massas, que corresponde às necessidades do triunfo da luta proletária no país, pois corresponde à etapa da revolução que devemos cumprir como parte de uma Revolução de Nova Democracia para nos libertar do velho Estado latifundiário-burguês e do imperialismo. A juventude, particularmente os estudantes, encontra-se cada vez mais com essa verdade e se insufla de vigor e fé revolucionária. A situação internacional, também, pulula de lutas de libertação nacional, particularmente importante sendo a luta do povo palestino, que golpeia e abala as bases de sustentação da dominação imperialista no Oriente Médio Ampliado e fomenta a grande mensagem política que se buscou por muito tempo abafar: que o USA é um gigante com pés de barro, que a rebelião, por todos seus meios necessários, se justifica em cada canto do globo.
Este momento, propício para a difusão da causa multitudinária do avanço à sociedade sem classes, cujo eixo já foi cientificamente definido pelo Marxismo, também trás consigo, necessariamente, uma extenuação das contradições com esta velha sociedade em que vivemos, decadente como é. Avança a reação, no âmbito nacional, com as hordas armadas da extrema-direita no campo; no âmbito internacional, o USA busca, por meio de sua besta sionista, sufocar em sangue um povo digno e que tem como máxima o triunfo, para dar provas de que é um “tigre de verdade”. Mas, não há nisso o que temer. Hoje, decerto, estamos muito mais preparados para lidar com todo e qualquer terror que se queira lançar sobre os povos, pois nos sustentamos nos ombro de gigantes. E, de fato, qualquer movimento do imperialismo para manter-se de pé só pode acirrar suas contradições internas e inflamar a indignação e disposição das massas para combatê-lo.
Mas a reação não conta apenas com seus mercenários e seu poder bélico. Conta também com uma acovardada e insidiosa camada de apoiadores, mais dedicada a enganar que a combater (apesar de não estarem “abaixo” dessa tarefa também, efetivamente combatendo as massas quando ela lhes é dada). Estes são os oportunistas. Os oportunistas também são fruto da sociedade de classe e suas ideias conformam-se como fenômeno internacional. No velho Estado brasileiro, atualmente, estruturam-se em torno do partido único da burguesia, reivindicando em sua sigla representar os “trabalhadores”, mas seguindo à risca a cartilha de Washington. Em torno do grupo dos bem alimentados servos do imperialismo ianque, existem também os que vivem das sobras da mesa, os que buscam os “carguinhos”, um bom poleiro no qual possam cacarejar seu falso progressismo enquanto participam do assalto ao povo e assistem silenciosamente sua repressão. Todos eles são desprezíveis, mas, no geral, chegaram a tal ponto de dissolução e conciliação com a reação que já nem mais querem reclamar o repisado palavreado revolucionário que um dia enunciaram para traficar com os interesses de suas bases.
Um terceiro grupo de oportunistas é o daqueles que veem uma luta justa se desenvolvendo e adentram-na declamando ruidosamente sua concordância com a mesma com o intuito nefasto de a surrupiarem para si, o que buscam fazer por meio de “emendas” ao Marxismo que pensam nascer de suas “mentes brilhantes”, mas, no essencial, expressam a caducidade de uma linha tão putrefata quanto a ideologia burguesa. São revisionistas.
O revisionismo, como tudo, não é coisa que se dê de uma só vez. Tem suas etapas de desenvolvimento. Quanto mais se “agudizar todos os problemas em litígio” e quanto mais “se concentrar todas as divergências nos pontos de importância mais imediata para a determinação da conduta das massas” (Marxismo e revisionismo), mais se separará o joio do trigo, mais agudas se tornarão as tendências ao revisionismo por parte daqueles que se furtam da luta ideológica ativa, que é sempre processo coletivo, para manter de pé seus interesses próprios.
Particularmente, hoje, com o novíssimo, vemos como aqueles que Mao Tsetung dizia, em sua Análise das classes na sociedade chinesa, que “aspiram muito acentuadamente a enriquecer”, aqueles que “quando pensam nos pequenos ricos com direito a honrarias, babam-se de desejo” tem se portado, a saber, como “covardes” que “têm medo das autoridades” e “receio” da luta em todos os níveis, inclusive daquela que lhes fere apenas o orgulho senhorial, que lhes golpeia os desvios individuais.
Quão facilmente fazem coro com as mais pútridas ideias, tal como os Bernstein se arrastavam à reboque dos neokantianos. Agora a ciência burguesa eleita da vez é o pós-modernismo, no campo filosófico. No campo político se repete envergonhadamente a cantilena que não diverge entre todos os defensores e propagandistas da “democracia como valor universal”, do Partido Democrata do USA à TV Globo, um chamado à “reconsiderar o problema” das ditas minorias, que de fato não se trata de mais que tráfico com a arma científica do proletariado, o Marxismo, concepção universal, e com os diversos aportes particulares sobre gênero e raça produzidos sob a luz dessa ciência, inclusive em nosso continente e país. E se o fizessem por convicção, estaria melhor, pois ao menos o convicto luta por seus ideais. Mas não se trata disso e sim da forma mais fácil de enganar incautos, de aproximá-los por meio da conciliação, na prática impossível, entre Marxismo e pós-modernismo, não divergindo a tática, neste sentido, da de qualquer partido oportunista eleitoreiro: tráfico com as necessidades e anseios do povo. É nisto que consiste, afinal, a “linha de massas” do novíssimo? Museu de grandes novidades!
Não, não é a convicção que anima esses senhores e senhoras. É a ganância, de certa forma, mas não necessariamente aquela por dinheiro. Aquilo pelo que “babam-se de desejo” é o poder, mas não o poder da classe e sim o próprio. Ao voltarem-se contra a Coordenação, buscam fazer de conta que se voltam contra uma “tradição morta” que eles pretensamente teriam “reavivado”, mas, de fato, buscam retornar ao caminho que fora já rejeitado pelo MEPR, caminho da aliança com o oportunismo e da negação da luta estudantil consequente, ambos os desvios já expressos, levando consigo os poucos que os seguirem ao pântano para obter as “honrarias” que, talvez há muito, já eram seu único desejo, sua ideia fixa acima de todas as outras. Sustentar a mentira em 2013 apenas faz dela mais óbvia, uma vez que a atuação do movimento em 2013 é fruto precisamente da justeza de sua linha e não das “grandes contribuições” de um ou outro.
Abandonam o Marxismo pelo individualismo, pela “psicologia do intelectual saído dos carris e do vadio”, “negação da força unificadora e organizadora” (Lenin, Anarquismo e socialismo), e pela autossatisfação de poderem “reinventá-lo” ao seus moldes, desconsiderando toda a trajetória de sua consolidação como ciência. Querem-no, de fato, entre escombros, e mais felizes estariam se estivesse, para se laurearem a si próprios os heróis do redescobrimento e receberem os cumprimentos dos “atrasados” que deles, no sonho febril, passariam a depender.
Decerto terão alguns cumprimentos, a maioria deles entre si próprios, de outros que tenham as mesmas ambições, com os quais não tardarão a se juntar no caminho da bancarrota, ou daqueles poucos, pouquíssimos, que conseguirem enganar, que poderão mais tarde perceber o erro. Mas, se não devemos temer a besta imperialista, que diremos desses senhores e senhoras? Objetivamente, sua forma individualista, liberal, de agir serve à reação. Sua grande debilidade, o fato de tratarem-se de um punhado de trânsfugas academicistas que serão ridicularizados pela própria realidade como já o foram tantos outros da mesma estirpe, não esconde o dever de estar vigilante, especialmente contra a tendência ao liberalismo, que é uma das primeira etapas para se chegar ao posto por eles cortejado, de auxiliares da reação e repetidores das táticas dos oportunistas.
Devemos, por este motivo, nos lembrar do que diz Mao Tsetung em Contra o liberalismo: “Os liberais consideram os princípios do Marxismo como dogmas abstratos. Aprovam o Marxismo, mas não estão dispostos a pô-lo em prática, ou a pô-lo integralmente em prática; não estão dispostos a substituir o liberalismo pelo Marxismo. Armam-se tanto dum como doutro: falam de Marxismo mas praticam liberalismo; aplicam o primeiro aos outros e o segundo a si próprios. Levam os dois na bagagem e encontram uma aplicação para cada um. É assim que pensam certos indivíduos”.
O novíssimo-MEPR não é, de fato, nada de novo sob o sol, senão a repetição empolada da música do direitismo que viu que não pode animar ninguém ou quase ninguém e optou pelo fracionismo, mesma música dos Trotsky. É a nós que cabe, em maior medida, arrancar pela raiz as formas de tráfico com os interesses das massas e as tendências ao individualismo nos movimentos populares, que podem levar a este triste caminho. Defenestrados já se fizeram aqueles que decidiram tomá-lo, uma vez que não ganharão, no geral, nada além de rechaço por terem tentado usurpar para si próprios o que pertence às massas de estudantes do Brasil e que só existe para servir ao povo, no que falharam fragorosamente.
P. G.
Até onde vai a farra das elites
Em relação à matéria Refeições do comandante do Exército vão custar R$ 684 mil aos cofres da Nação
É inaceitável que, em um país onde milhões de cidadãos enfrentam dificuldades para garantir uma alimentação digna, recursos públicos sejam destinados a gastos tão desproporcionais.
Esse tipo de despesa não apenas revela a desconexão entre as elites e a realidade da população, mas também levanta questões sobre a prioridade que damos a investimentos em áreas essenciais como saúde, educação e infraestrutura. O Brasil precisa urgentemente de uma mudança política. A transparência e a ética na administração pública devem ser inegociáveis.
Carlos Alberto
Agitação do AND no dia a dia
Na quinta-feira da semana passada atualizei meu cadastro no CRAE. Cheguei às 4 horas da manhã para conseguir pegar a senha de atendimento,esta foi distribuída as 6:30 fiquei em décimo sexto lugar. No atendimento diário são distribuidas 30 senhas para atendimento de prioridades e 40 para atendimento normal. O atendimento começou as 8 da manhã e sai às 10 horas. Na fila aproveitei as declarações feitas pelas massas criticando o descaso e os políticos para fazer agitação boca a boca, denunciei os políticos, a farsa eleitoral; fiz propaganda da revolução agrária e enfatizei que o descaso é do Estado, que este governa para as classes dominantes e o imperialismo. Expliquei o que é imperialismo e que o Brasil precisa de uma grande revolução democrática. Nessa oportunidade, eu vendi todos os jornais que levei, cerca de 15 exemplares da edição nº 256.
As massas ficaram impressionadas ao saber que existe a imprensa popular e democrática que defende seus interesses. Uma senhora declarou que o povo hoje está mais esclarecido e que não vota como outros.
Muitos das massas criticaram os Estados Unidos e que este país é o responsável pela pobreza em nosso país. Aproveitei o momento e lhes expliquei como isto se dá e lhes falei dos outros países imperialistas, inclusive a China social-imperialista.
Por criticar o Estado e as classes dominantes, e não hostilizar os funcionários, fui bem atendido e no outro dia voltei por volta das 2 horas da tarde e vendi 6 jornais para os funcionários. Um adquiriu dois exemplares.
Miguel Arcanjo de Oliveira