Casa Branca sitiada e presidente em bunker: USA é sacudido por levante das massas!

Casa Branca sitiada e presidente em bunker: USA é sacudido por levante das massas!

Casa Branca sitiada por horas, presidente ianque escondido em um bunker, centenas de prédios governamentais (dentre eles delegacias e prefeituras), além de confrontos armados entre o povo e as forças policiais e Guarda Nacional (composta por membros das Forças Armadas) durante protestos. Esses são alguns dos fatos que estremecem o solo do Estados Unidos (USA) e abala todos os reacionários do mundo.

A faísca para os protestos em todo o país foi o assassinato brutal por asfixiamento do pai e trabalhador negro, George Floyd, pela polícia. Um vídeo que registrou tal crime mostra um policial que utiliza o joelho para asfixiar George Floyd, por mais de sete minutos, enquanto o homem clamava pela vida e dizia que não conseguia respirar. O crime ocorreu no dia 25 de maio, em Minneápolis, Minnesota. Quase que imediatamente, em reação a esse crime bárbaro, o povo de Minneápolis se rebelou e o ódio contra a opressão e exploração se espalhou em todo o país. Os grandes protestos tomaram todo o território do USA na última semana do mês de maio, da costa oeste à leste.

Manifestantes, rebelados, queimam a delegacia na qual o assassino de George Floyd trabalhava. Foto: Carlos Barria/Reuters

A situação é grave a tal ponto que  presidente ultrarreacionário, em ato de claro desespero e temor, declarou que o USA “iria designar” o “movimento” antifascista como “organização terrorista”, embora não exista uma organização estruturada. A Guarda Nacional está atuando já em mais da metade dos estados, mais de 4 mil pessoas já foram detidas e mais de dez manifestantes foram mortos.

A capital sitiada

Em Washington D.C., coração do imperialismo ianque, nos dias 29, 30 e 31 de maio, milhares de manifestantes cercaram, tentaram invadir e incendiaram o redor da Casa Branca, sede do governo federal e que serve de residência presidencial. 

Armados de pedras e bombas incendiárias, os jovens e trabalhadores enfrentaram os agentes do propagandeado Serviço Secreto e de outros instrumentos de repressão (como Guarda Nacional e outros), que lançaram bombas e tiros de borracha assim que avistaram a multidão. Mesmo sem armas, o povo obrigou o facínora Trump a se esconder em um bunker por mais de uma hora e, no dia 1° de junho, as luzes da Casa Branca se apagaram (fato que só ocorre quando algum presidente morre) para que o Serviço Secreto caçasse os manifestantes com equipamento noturno. 

Especificamente na noite do dia 31/05, na capital, ao menos 50 agentes do Serviço Secreto, que reprimiam o protesto, foram feridos por manifestantes com bombas e outros materiais inflamáveis. Nem o toque de recolher imposto às 23h e nem a Guarda Nacional puderam deter o povo. Na mesma noite, a igreja episcopal de São João (fortemente vinculada à imagem dos sucessivos presidentes), do outro lado da rua da Casa Branca, foi incendiada, assim como prédios governamentais, carros luxuosos e bandeiras do imperialismo ianque.

A capital da besta mais sanguinária do mundo, o imperialismo ianque, foi por horas e na prática convertida em praça de guerra pelas massas. Com todo seu poderio militar, os imperialistas se curvaram diante da força das massas mobilizadas, em que pese o fato de isto não resolver, ainda, o problema. Fato é que os imperialistas ainda não conheceram o poder que essas massas têm se organizadas.

Carro destruído em Washington durante a revolta popular do dia 31/05 (Fonte: Evan Vucci/AP)

Luzes da Casa Branca apagadas no dia 01/06 (Fonte: REUTERS/Jonathan Ernst)

Às bordas da guerra civil

No dia 2 de junho, aconteceram diversos confrontos armados entre a polícia e as massas rebeladas: quatro policiais foram baleados durante uma manifestação em St. Louis, no estado de Missouri. O manifestantes conseguiu escapar sem ser reconhecido ou preso. 

No mesmo dia, outro policial foi executado em Las Vegas, próximo ao Hotel Circus e Casino enquanto tentava prender manifestantes. O agente foi gravemente ferido na cabeça e o manifestante que atirou foi detido. 

Na mesma cidade, no Las Vegas Boulevard, as forças de repressão executaram um homem que vestia um colete à prova de balas e carregava várias armas. De acordo com os agentes, ele foi baleado quando tentou abrir fogo sobre as forças policiais. Em Richmond, Virginia, dois agentes foram baleados durante os protestos, um de maneira grave, no dia 2. Já em Cícero, subúrbio de Chicago, duas pessoas foram assassinadas pelas forças policiais. 

Em Nova Iorque (a mais populosa do país) também ocorreram violentos confrontos. Durante os dias 30 e 31 de maio a polícia informou que pelo menos 786 pessoas tinham sido presas, 33 agentes do Estado ianque tinham sido feridos e 47 veículos policiais danificados ou destruídos, incluindo mais de uma dúzia de incendiados.

Na mesma cidade, na noite do dia 29 de maio, uma mulher lançou uma bomba incendiária em uma van da polícia, ferindo vários policiais. Nessa noite, policiais confiscaram uma arma de fogo com um manifestante.Vários oficiais tiveram dentes arrancados por objetos jogados no dia 29/05 à noite e outros foram para a emergência hospitalar. 

Em La Mesa, na Califórnia, duas agências bancárias foram incendiadas na madrugada entre o dia 30 e 31 de maio pelas massas enfurecidas. No dia 30/05 à noite, a prefeitura da cidade foi pichada, teve vidraças quebradas e foi incendiada ao final da tarde; pedras foram atiradas e pichações foram feitas contra a Delegacia de Polícia da cidade, e um veículo do Corpo de Bombeiros Heartland que se encontrava próximo à delegacia foi incendiado. Um veículo blindado da polícia também foi atacado com pedras e pichado. Durante a manhã daquele dia, cerca de mil manifestantes haviam bloqueado a principal estrada de entrada à cidade nas duas vias. 

Já na cidade de Oakland, também na Califórnia no dia 31, a sede da polícia local foi atacada com disparos de armas de fogo pelo povo, durante o protesto. Lojas de grandes empresas, que enriquecem às custas dos trabalhadores, foram destruídas e saqueadas pelos filhos do povo. No dia 30, um policial chegou a ser alvejado durante um protesto e morreu.

Em Louisville, estado do Kentucky, houve troca de tiros entre manifestantes e policiais que tentaram reprimi-los, no dia 1º de junho. Um homem, David McAtee, acabou baleado e morto pela polícia e a Guarda Nacional.

Levante nacional e aos milhões

Em todo o país, prefeituras, delegacias, secretarias estaduais e tribunais de “justiça” tiveram suas vidraças quebradas, suas paredes pichadas, e seu interior incendiado por multidões rebeladas contra o sistema de opressão e exploração imperialista. Todos os protestos, desde grandes a médias cidades, ocorreram mobilizando milhares e, ao todo, milhões.

Em Portland, Oregon, na primeira noite de protestos (29/05), centenas de manifestantes entraram em confronto com a polícia, chegando a invadir o Centro de Justiça, local onde fica a sede da polícia e a prisão do condado. Os manifestantes, então, além de quebrar computadores do local, iniciaram um incêndio no prédio. Nessa noite, lojas do monopólio da Apple foram invadidas, com as massas ateando foco nos produtos da corporação monopolista, além do shopping Pioneer Place que foi destruído e saqueado. O banco Chase Bank também foi incendiado pelas massas durante a madrugada.

Em Denver, no estado de Colorado, centenas de manifestantes no dia 30 e 31 prosseguiram com os protestos iniciados no dia 29, tendo início na Secretaria do Estado. No centro da cidade, mesmo sob a repressão da polícia, o povo demonstrou sua fúria ao atacar prédios do Estado, como a Suprema Corte de Colorado, quebrando vidraças com pedras, assim como destruindo símbolos do monopólio, como a 7 Eleven, sendo saqueadas, além de pichações em monumentos pela cidade denunciando os policiais assassinos de Floyd e o arquireacionário Trump. Também enfrentaram a repressão policial em ambos os dias, atirando pedras e garrafas nos agentes da repressão, chegando a quase 300 manifestantes presos desde o início das marchas.

Em Sacramento, no dia 31, os protestos prosseguiram no centro da cidade, com confronto com a polícia e ataques e saques a shoppings. Já no dia 30 de maio, centenas se reuniram em protesto na frente da Secretaria do Estado, indo em direção à prisão local, que se tornou alvo de protesto contra o encarceramento em massas pelo Estado ianque e as péssimas condições de vida dos presos, sendo destruída a porta e janelas da prisão. Policiais então começaram a reprimir a manifestação, resultando em nove agentes da repressão hospitalizados e dois manifestantes presos.

No estado de Washington, na capital Seattle, no dia 30/05, resistindo à repressão do Estado e o toque de recolher, os manifestantes se armaram com dois fuzis de uma viatura que havia sido queimada. Nesse dia, milhares de manifestantes tomaram o centro da cidade em justa rebelião no início da tarde. Viaturas foram queimadas, além de lojas do monopólio, como Amazon Go, Starbucks e Gap, que foram destruídas e saqueadas. 

Centenas de manifestantes também foram às ruas de Lincoln, no estado de Nebraska, em dois dias de protestos consecutivos, nos dia 30 e 31 de maio, onde oito policiais foram deixados feridos e três manifestantes foram presos. O protesto combativo contou com ataques a prédios do governo, incendiando o Prédio da Cidade-Condado, além de ataques a lojas do monopólio. Também, três viaturas da polícia foram destruídas pelo povo em revolta.

Também no dia 30 de maio, manifestantes tentaram incendiar a prefeitura da cidade de Buffalo, estado de Nova Iorque, atirando um objeto em chamas pela janela do prédio, além de picharem suas paredes e quebrarem janelas e portas.

No mesmo dia, em Nashville, Tennessee, manifestantes atearam fogo à prefeitura e ao Tribunal Metropolitano da cidade. Os manifestantes também derrubaram uma estátua de Edward Carmack, ex-político do Tennessee e jornalista reacionário racista. O Departamento de Polícia de Nashville também relatou que 30 estabelecimentos no centro da cidade foram danificados e veículos da polícia também foram destruídos.

Em Grand Rapids, Michigan, em 30/05, o prédio da Secretaria do Estado teve as janelas quebradas, as paredes pichadas e foi incendiado quando os revoltosos atiraram fogos de artifício contra seu interior, além de objetos em chamas. Antes disso, os manifestantes haviam enfrentado a repressão policial com fogos de artifício, atirando lixeiras de ferro contra os agentes, e colocando fogo em suas viaturas.

No estado de Nevada, em Las Vegas, no dia 30/05, Casinos e hotéis foram alvos das massas revoltadas, como o hotel El Cortez, além de viaturas queimadas e enfrentamento à repressão policial, jogando pedras nos agentes da repressão quando centenas foram às ruas no segundo dia de protesto. Em ambos os dias de protesto (30 e 31), 103 manifestantes foram presos. No dia 31, a manifestação que acontecera na Las Vegas Strip, rua com grandes Cassinos de luxo, teve de contar com presença da SWAT para ser reprimida.

Na costa Oeste, na Califórnia (Los Angeles), cerca de 10 mil manifestantes foram às ruas  e enfrentaram grandes confrontos com os agentes da repressão, no dia 30, resultando em cerca de 500 manifestantes presos. Durante o protesto, diversas viaturas foram queimadas, assim como um posto da polícia. Diversas lojas do monopólio, tais como a Adidas e Gucci, foram alvos das massas indignadas.

Outros protestos

Em outras cidades também ocorreram protestos do povo enfurecido. 

Em Beverly Hills, confrontos com a polícia foram registrados no dia 30 de maio, com viaturas e lojas do monopólio alvejadas com fogos de artifícios. Em Atlanta, no estado da Geórgia, no dia 29/05, manifestantes quebraram vidraças, picharam e tentaram invadir a sede do canal de televisão e monopólio de imprensa CNN.

Na cidade de Reno, por sua vez, no dia 30, milhares de manifestantes voltaram sua raiva ao prédio da prefeitura da cidade, que teve seus vidros quebrados e um incêndio iniciado dentro do prédio. Bandeiras ianques foram queimadas e lojas do monopólio foram saqueadas. Os manifestantes entraram em confronto com a polícia e queimaram carros, forçando o prefeito da cidade a decretar Estado de Emergência. 

No dia 31/05, em Nova Iorque, manifestantes enfrentaram em diversos momentos a polícia no Brooklyn, atirando pedras e garrafas contra os agentes, deixando inúmeras barricadas pelo bairro. No final da noite, centenas de manifestantes enfrentaram mais uma vez a polícia perto do Barclays Center, no Brooklyn. Também, um banco TD e de uma loja da Apple foram alvos da fúria das massas. Em Manhattan, ao sul da Union Square, a equipe do monopólio de notícias NY1 avistou um carro em chamas e um banco Santander com as janelas quebradas. 

Em uma das manifestações que aconteciam na cidade esse dia, um vídeo de denúncia gravado no mesmo dia mostrava um veículo da polícia avançando contra manifestantes que impediam a sua passagem, atropelando-os.

Por centenas de cidades no país inteiro se repetia o cenário de uma iminente guerra civil: protestos multitudinários de centenas de milhares; confrontos com as forças de repressão a todos os momentos; saques à centenas de lojas multinacionais e centenas de manifestantes presos. Santa Monica, San Diego e São Francisco (Califórnia), Bellevue (Washington), Colorado Springs (Colorado), e Sioux Falls (Dakota do Sul) foram mais algumas dentre tantas cidades onde as massas se rebelaram e combateram o Estado imperialista ianque.

Morrendo de medo, no dia 1° de junho, Trump ameaçou invocar o que é conhecido como Ato de Insurreição, de 1807, que autoriza o emprego das Forças Armadas do USA, em casos de insurreições, contra o povo. O ato foi invocado pela última vez em 1992 para reprimir os tumultos de Los Angeles após a absolvição de quatro policiais brancos no espancamento de Rodney King, um homem negro.

Manifestantes tentam invadir a sede nacional da CNN em Atlanta, no dia 29 de maio. Foto:Ben Gray/Atlanta Journal-Constitution via AP

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