Catalunha: Manifestantes exigem libertação dos presos políticos pró-independência

Catalunha: Manifestantes exigem libertação dos presos políticos pró-independência

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Uma manifestante é vista segurando uma faixa durante os protestos no jogo Barcelona-Real Madrid no Camp Nou. Fotografia: Robert Marquardt/Getty Images

Manifestantes promoveram grandes protestos e enfrentaram a repressão policial, no dia 18 de dezembro, exigindo a libertação dos presos políticos do processo de “independência” catalão. Os protestos ocorreram durante o jogo de futebol entre Real Madrid e Barcelona. Os manifestantes construíram diversas barricadas próximas ao estádio, em Barcelona, incendiaram latas de lixo, jogaram pedras e garrafas contra a polícia, e danificaram uma van dos agentes da repressão. 

Dentro do estádio, torcedores carregavam faixas exigindo a independência da Catalunha, como Liberdade, direitos, autodeterminação, e entoavam a palavra “liberdade”, em referência aos presos políticos. Enquanto isso, 5 mil manifestantes se reuniram do lado de fora do estádio, entoando Independência e Prisioneiros políticos livres. Pelo menos 46 pessoas ficaram feridas levemente durante os confrontos, oito mais graves, e nove manifestantes foram detidos.

O jogo, conhecido como El Clásico, deveria ter sido disputado há dois meses, mas foi adiado devido aos grandes protestos que eclodiram após o Supremo Tribunal espanhol condenar nove líderes separatistas catalães a até 13 anos de prisão. Os líderes presos fazem parte da grande burguesia catalã, como o ex-presidente da Generalitat (principal instituição política do “governo” da Catalunha), e a ex-presidente do Parlamento e lideranças da Assembleia Nacional da Catalunha (ANC), que organizava manifestações pró-independência da Catalunha desde 2012.

Uma independência falida pela direção burguesa

Em 2017, no texto Greve Geral sacode a Catalunha na luta por sua independência, publicado em 22 de outubro deste ano, AND analisou: “Esse movimento organizado pela burguesia catalã promoveu a realização de um plebiscito para decidir sobre a independência catalã. O plebiscito obteve a maioria dos votos a favor da separação, e imediatamente o processo foi considerado ilegal pelo governo central espanhol, então encabeçado por Mariano Rajoy, que recorreu à Constituição espanhola e seu veto à secessão de regiões do país. O Estado espanhol interveio, então, na Catalunha, horas após esta ter proclamado sua independência, e forçou o fechamento do Generalitat e do Parlamento local”.

“Os políticos condenados são aqueles que, em 2017, foram cassados pelo governo espanhol e acusados de terem incentivado a rebelião do povo catalão e sua insubordinação ao Estado espanhol. Em seguida, após suspender a independência da Catalunha, a Espanha convocou novas eleições para a região, em dezembro de 2017, que se manteve relativamente calma até o fim do processo judicial, que despertou novamente a ânsia dos protestos pela independência”.

A Associação de Nova Democracia Nuevo Peru (sediada em Hamburgo, Alemanha) lançou uma declaração, em 2017, na qual concluiu que a independência da Catalunha, bem como de qualquer outro povo subordinado e dominado em luta por sua autodeterminação dentro dos países imperialistas, só poderia ser levada a cabo devidamente com um “Partido Comunista, para que a classe dirija consequentemente este movimento e ligue-o com a luta pelo Poder, luta pela revolução socialista, que se realiza com guerra popular”.

Nove pessoas foram presas após protestos em frente ao estádio Camp Nou durante o jogo de futebol Barcelona-Real Madrid. Fotografia: Toni Albir/EPA

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