O acampamento camponês denominado 17 de Abril, localizado no município de Santana do Acaraú, Ceará, foi invadido e destruído pela Polícia Militar (PM), no dia 28 de novembro. As 30 famílias que estavam acampadas faziam quatro anos na área.
Segundo os camponeses, a resistência e a luta pela terra prosseguirá. “As máquinas entraram na área do acampamento e destruíram nossas casas, nossos quintais, mataram nossos animais, nos deixaram sem lugar para onde ir. Nós estamos aqui por terra, trabalho e dignidade, vamos continuar a luta até conquistar nosso chão.”, afirmou um camponês em entrevista ao portal do MST.
Ativistas locais afirmam que o despejo foi realizado de maneira irregular e quase clandestina, já que, mesmo tendo sido espedida a reintegração de posse, não foi feita nenhuma movimentação oficial do comando da PM do estado ou do batalhão da região para realizar uma ação de despejo. Os camponeses afirmam ainda que cerca de 30 pistoleiros fascistas em veículos, com proteção à distância de alguns policiais, invadiram o terreno e destruíram plantações e moradias.
O Ceará, estado sob gerência do oportunismo petista de Camilo Santana, vive nos últimos meses intensa ofensiva do latifúndio contra camponeses, como incêndio ao acampamento Irmã Dorothy no dia 30 de outubro. Por outro lado, as massas camponesas cearenses resistem – por exemplo, no dia 21 de novembro, o despejo do acampamento Zé Maria do Tomé em Limoeiro do Norte foi suspenso após ampla mobilização popular em defesa da luta pela terra.