Na manhã do último sábado, 11/02, a Administração Superior da Universidade Federal do Ceará (UFC) lançou uma nota com críticas sobre a realização de um evento organizado pelo Sindicato dos Docentes das Universidades Federais do Ceará (Adufc). O evento em questão ocorreu no dia 09/02 e fez parte do ciclo de debates promovido pela Adufc. O professor e filósofo Vladimir Safatle, da Universidade de São Paulo (USP), também participou do evento.
A nota divulgada pela gestão superior da universidade chama atenção pelo seu conteúdo. A Adufc foi acusada de instrumentalizar a utilização do auditório da reitoria, além da acusação de terem sido realizadas ofensas ao reitor e à comunidade universitária. Críticas ao atual reitor da UFC já são feitas cotidianamente em vários espaços da universidade e também nas redes sociais pela comunidade universitária, pois se trata de um professor bolsonarista que foi colocado no cargo de reitor sem ter sido eleito, foi o 3º colocado na eleição para a reitoria.
Ofensa à comunidade universitária é a permanência do atual reitor no principal cargo da mais importante universidade federal do Ceará. A reitoria se utiliza de uma situação específica para justificar uma maior burocratização da universidade, dificultando o acesso aos espaços da universidade: “Tal atitude macula a finalidade do bem público e leva a administração a tomar medidas enérgicas, como regular de maneira mais severa o usufruto do equipamento e mobilizar sua assessoria jurídica institucional para responsabilizar os promotores e os envolvidos nos atos ofensivos”, afirma a nota da burocracia universitária.
O coletivo Carcará, movimento democrático de estudantes, afirmou, em nota enviada ao Comitê de Apoio, que “os debates políticos fazem parte da constituição das próprias universidades brasileiras e sul-americanas em geral. Proibir ou dificultar a realização de debates políticos atenta contra a democracia universitária, muito ao gosto da atual gestão da UFC, que mantém uma atitude hipócrita ao lançar uma nota tão absurda e de criminalização do debate público”.
O movimento ainda conclamou os “estudantes, professores, técnicos da universidade e demais interessados em defender a Educação Pública” para “lutar por garantir a autonomia e a democracia universitárias, sem ilusões com o novo governo de turno. Não podemos ter ilusões com as organizações oportunistas que mantém um silêncio cúmplice sobre a nota da reitoria e sobre os ataques à autonomia e democracia universitárias”.
Escrito por: Comitê de Apoio – Fortaleza/CE