Uma mulher, que não quis se identificar por medo de represália, foi obrigada a se ajoelhar na calçada e recebeu chicotadas de um policial militar, enquanto era xingada. O abuso aconteceu no dia 3 de fevereiro, na comunidade Lagamar, no bairro São João Tauapé, em Fortaleza e foi filmado por testemunhas. A agressão aconteceu durante cerca de 30 minutos.
“Pararam a gente e mandaram sair do carro. Depois mandaram ficar de joelhos e começaram a me chamar de vagabunda. Puxaram meu cabelo e disseram que eu não prestava para nada.”, disse a vítima a um portal do monopólio.
No vídeo é possível ver a mulher ajoelhada com as mãos na cabeça ao lado do seu companheiro, que também estava ajoelhado, e dois policiais, um deles é o autor das chicotadas e outro apenas observando a ação.
A mulher e seu companheiro, após o ocorrido temem represália por parte da polícia.
“Atendemos a ordem para que saíssemos do carro, mas, logo depois, começaram a me xingar de vagabunda. Eu fiquei em choque, sem reação, e um policial começou a me bater… A gente está com tanto medo, que nem quero sair de casa.”, disse a mulher.
Repressão brutal à população
Desde o começo do ano, após o início da onda de ataques no estado, a população sofre com o incremento da repressão e arbitrariedades cometidas pelas forças policiais.
O governo do estado pediu apoio da Força Nacional, Exército e Força de Intervenção integrada e fez um acordo com o governo da Bahia que enviou 100 policiais. Além disso, antecipou a nomeação de 220 agentes penitenciários e nomeou 373 novos policiais.
E assim, o governo se utiliza da vil justificativa de “guerra às drogas” para ampliar a repressão ao povo e cometer abusos indiscriminados contra trabalhadores, movidos por seu ódio aos pobres.
O AND noticiou em sua edição 219 o que tem sofrido a população da localidade.
“As massas populares estão submetidas ao terror policial que ocorre após cada ataque. Invasões de casas, agressões e execuções de pessoas inocentes pelas ruas são algumas das práticas utilizadas pela PM para ‘restabelecer a ordem’.”, denunciamos na matéria Ataques em Fortaleza são resultados da perversa política carcerária.