Operários da refinaria Lubnor, no Ceará, anunciaram greve para o dia 27 de junho contra a venda da refinaria. Ela foi autorizada no dia 21/06 pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), vinculada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública do reacionário e entreguista Flávio Dino. Petroleiros da Petrobras também realizarão manifestações pelo todo Brasil contra a entrega.
A refinaria tem mais de 500 trabalhadores, entre próprios e terceirizados, e produz asfalto, lubrificantes e óleos combustíveis marítimos. Assim, a refinaria é responsável por abastecer todos os estados do Nordeste, além de fornecer derivados para os estados do Amazonas, Amapá, Pará e Tocantins. A Lubnor também é responsável por cerca de 10% da produção de asfalto no país.
Uma série de ataques
A refinaria foi vendida à Grepar Participações, que realizou a compra por 34 milhões de dólares, denunciado enquanto entrega, uma vez que, além do ataque contra o setor estratégico de energia, ela foi vendida por 55% do preço estimado pelo Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep).
Além disso, a holding Grepar também opera na distribuição de derivados produzidos pela refinaria, tendo o controle da produção e da distribuição, criando as condições para a prática de preços abusivos contra os consumidores.
Houve, também, manifestação da prefeitura de Fortaleza contra a venda da refinaria, isso porque 30% do terreno no qual a refinaria se encontra pertence ao município, que afirmou não ter sido previamente avisado sobre a venda da unidade.
Operários se revoltam contra privatizações no governo Lula
Operários não aceitam a entrega das empresas estatais, que ameaçam seus empregos e direitos, além dos serviços prestados à população, com tendência de piorar o que já é precário, tudo em nome de mais superlucros.
Em maio, metroviários da Trensurb, em Porto Alegre (RS), iniciaram uma greve contra a privatização do serviço de trens e os cortes de direitos, exigindo a retirada imediata da Transurb na lista de privatizações do governo Lula. O presidente do Sindimetrô-RS ainda realizou outras denúncias: “Já estamos no quinto mês do governo Luiz Inácio Lula da Silva e os gestores da Trensurb ainda são os mesmos indicados pelo Governo Jair Bolsonaro.”.
Já em Belo Horizonte (MG), o metrô ficou paralisado por mais de um mês, entre fevereiro e março deste ano, exigindo a revogação do leilão do metrô e contra o risco de demissões em massa para mais de 1,6 mil funcionários. As falsas promessas de Luiz Inácio também foram denunciadas pelo Sindimetrô-BH: “Se comprometeu com os metroviários de barrar a privatização da CBTU [Companhia Brasileira de Trens Urbanos], mas até agora não temos nada de concreto.”.
Governo quer entregar refinarias, portos e ferrovias
O ministro da Casa Civil, o reacionário Rui Costa, afirmou em 11 de janeiro que “não há dogmas” sobre a privatização do Porto de Santos, apontando para a venda do mesmo, durante evento no Palácio do Planalto. Ele declarou na ocasião: “A melhor modelagem de atrair investimentos privados. O termo, se é privatização, se é concessão, se é PPP, nós vamos identificar para cada projeto. O que interessa, ao fim e ao cabo, é atrair investimento público e privado para a infraestrutura do País.”.
No início de abril, foi anunciado o “Novo Marco das Parcerias Público Privadas (PPP’s)” pelo governo de Luiz Inácio, projeto do qual o ministro Fernando Haddad sempre foi entusiasta. O projeto serve para impulsionar a privatização velada dos serviços públicos nos municípios e estados, buscando atrair empresas privadas para assumir a administração de estradas, escolas, hospitais, tratamento de água e esgoto, entre outros serviços básicos.
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