Moradores do bairro Barroso, em Fortaleza, fizeram uma manifestação, no dia 2 de janeiro, cobrando punição para os policiais militares que participaram da abordagem ao cabeleireiro Aldicélio da Silva Frazão, de 31 anos, que faleceu no dia 1 de janeiro após um período internado.
Aldicélio foi abordado por policiais militares no dia 28 de dezembro e, segundo a população, foi submetido a torturas pelos militares. Em decorrência delas, o homem faleceu e os assassinos estão impunes.
A manifestação reuniu cerca de 100 pessoas, e aconteceu durante o velório do trabalhador, no dia 2 de janeiro. Os protestantes levaram cartazes exigindo justiça, queimaram pedaços de madeira e fecharam as ruas Amâncio Pereira e Emiliano de Almeida Braga. A polícia disparou tiros de bala de borracha e spray de pimenta para reprimir os moradores. O corpo de Bombeiros foi acionado para apagar as chamas.
A família de Aldicélio diz que o homem foi torturado e espancado por policiais militares que invadiram a sua casa. “Reviraram tudo na minha casa. Levaram meu irmão lá para cima e mataram ele. Ele saiu daqui e foi diretamente para a Unidade de Tratamento Intensivo. Mas ele foi para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e os policiais disseram que acharam ele afogado. Mas não foi assim”, afirmou a irmã da vítima, Leica Frazão.
O homem estava internado sob escolta policial na UPA do bairro José Walter, desde o dia 28 de dezembro, e faleceu no dia 1 de janeiro.
A Polícia Militar, em nota, disse que militares do Comando de Policiamento de Choque foram até a casa de Aldicélio “após uma denúncia” e que, chegando lá, o homem foi “interrogado” pelos policiais e “começou a passar mal”, vomitar e por fim desmaiou.
Moradores exigem punição para os assassinos de Aldicélio. Foto: Thiago Gadelha.
Aldicélio da Silva Frazão, de 31 anos, morto depois de ser “interrogado” por PMs. Foto: Reprodução.