O candidato ultrarreacionário à Presidência do Estados Unidos, Donald Trump, combinou um cessar-fogo da guerra em Gaza caso ele ganhe as eleições, segundo o jornal sionista Times of Israel. A conversa ocorreu em julho, quando Netanyahu visitou o candidato ianque na Florida. Trump disse que a guerra deve acabar porque Israel “está sendo dizimado com a publicidade”.
A reportagem do jornal sionista consultou duas fontes que conhecem o assunto. Apesar de notícias já terem informado as opiniões de Trump sobre o fim da guerra antes, o periódico israelense diz que essa foi a primeira vez que Trump colocou um prazo para o cessar-fogo: antes que ele assuma a cadeira.
O jornal não especifica o que Trump quer dizer com “publicidade ruim”, mas certamente o ultrarreacionário se refere ao isolamento internacional sem precedentes que o Estado sionista enfrenta desde o 7 de outubro, data em que a Resistência Palestina lançou uma ofensiva tática contra a ocupação e desmascarou o genocídio em curso.
Apesar de todo o esforço da imprensa monopolista pró-Israel, protestos contra Israel nunca deixaram de ocorrer em todos os continentes. Algumas dessas jornadas de manifestações e ocupações incentivada pela resistência armada em Gaza conseguiram que universidades rompessem laços com instituições científicas ou que os governos reconhecessem um Estado palestino.
Agressão não vai acabar
A proposta de Trump não envolve o fim da agressão ou do cerco contra Gaza. De acordo com uma das fontes, a proposta “pode muito bem apoiar atividades ‘residuais’ do Exército israelense em Gaza” até a guerra acabar oficialmente.
O candidato quer capitalizar com os prisioneiros de guerra. “Trump quer que o cessar-fogo inclua o retorno dos reféns”, diz o Times of Israel.
‘Problemas internos’ do sionismo religioso
Uma das fontes do jornal monopolista disse que o regime de Netanyahu enfrenta “problemas políticos internos para encerrar a guerra rapidamente”.
O conceituado jornal palestino internacional, Palestine Chronicle, menciona que esses problemas podem ser os elementos da extrema-direita israelense que negaram negociações de reféns condicionadas a um cessar-fogo permanente em Gaza.
A equipe editorial do jornal informa ainda que um segundo problema é “o papel da Autoridade Palestina na governança em Gaza”, uma vez que “há uma preocupação (dos sionistas) de impedir que o Hamas retoma controle das áreas que o Exército de Israel recuar”.
O próprio Netanyahu não fez esforços tão significativos para encerrar a guerra. O primeiro-ministro escalou o conflito, ao atingir o Líbano, Irã e Iêmen, para tentar deflagrar uma guerra total regional que obrigasse o imperialismo norte-americano a atuar de forma mais direta.
Contudo, o primeiro-ministro sabe que a cortina de fumaça que criou com a guerra no Líbano para aliviar as pressões que sofria das massas que vivem no território ocupado não vai durar para sempre. Em breve, seu governo voltará a ser pressionado com manifestações multitudinárias.
Enquanto isso, a extrema-direita do sionismo religioso, como Bezalel Smotrich (ministro das Finanças) e Ben-Gvir (Segurança Interna) aproveitam o cenário para avançar em seus objetivos de expandir a guerra, a ocupação de territórios árabes como a Cisjordânia e o Sul do Líbano e o genocídio das massas palestina e libanesas.