Fotos: Claudio Reyes/AFP
Seis policiais ficaram feridos e 25 manifestantes foram detidos durante uma manifestação realizada no último dia 10 de setembro em Santiago, capital do Chile, pela passagem dos 44 anos do golpe que deu início ao regime militar fascista pró-ianque de Augusto Pinochet em 11 de setembro de 1973.
A manifestação, que contou com a participação de milhares de pessoas, terminou próxima ao cemitério geral de Santiago. Ali ocorreu um enfrentamento entre os carabineros (policiais) e os jovens manifestantes, que não se intimidaram diante da repressão, levantaram barricadas e atacaram agências bancárias e outras grandes lojas.
Como noticiamos anualmente, todo 11 de setembro é marcado por massivos protestos nos quais os chilenos lembram os mártires que verteram seu sangue resistindo ao regime que começou quando as forças armadas do Chile, financiadas pelo USA, avançaram sobre o Palácio La Moneda, sede do governo, para derrubar o então presidente Salvador Allende. Tal ataque contou com o bombardeio de aviões Hawker Haunter da Força Aérea e o combate custou a vida de Allende e seus partidários em La Moneda.
No total, segundo fontes oficiais, nos 17 anos (1973 – 1990) do odioso regime de exceção do bandido fascista Augusto Pinochet, mais de 3.000 pessoas foram assassinadas, 38 mil torturadas e centenas de milhares forçadas ao exílio. Organizações populares foram postas na ilegalidade e os mais básicos direitos de liberdade de expressão foram suprimidos. Pouco tempo após o golpe, o subserviente e lacaio Pinochet deu início às “reformas” exigidas pelo imperialismo ianque em completo contraste com as políticas de caráter progressista que Allende havia tomado em seu governo.
Além de lembrar os homens e mulheres que tombaram na luta contra o fascismo, nas tradicionais manifestações de 11 de setembro a população exige punição para todos os torturadores, financiadores e responsáveis pelos crimes do regime militar, sendo que, diferentemente do Brasil, muitos torturadores já foram ao banco dos réus no Chile. Nos protestos, a juventude e os trabalhadores também lutam pelos direitos do povo que, mesmo após o regime militar, continuam sendo pisoteados pelos sucessivos “presidentes” que gerenciam o velho Estado chileno.