Foto: Reprodução/amwenglish.com
Um grupo de manifestantes encapuzados ergueram barricadas, atiraram coquetéis molotov e incendiaram três ônibus como parte da campanha por justiça para a líder indígena mapuche Macarena Valdés, assassinada em um conflito territorial há três anos, em 22 de agosto.
O protesto pelo reconhecimento de sua morte como assassinato – sua morte havia sido divulgada como “suicídio” pelos “peritos” do velho Estado – e reabertura das investigações aconteceu pelo terceiro ano seguido na capital Santiago, sendo fortemente reprimida pela polícia e pelas forças especiais do Chile. As forças armadas do velho Estado detiveram 15 pessoas, entre elas o viúvo de Macarena, Rubén Collío, e um menor de idade.
Conforme informado na edição n°207 de AND, Macarena, que tinha 32 anos, era defensora intransigente dos direitos mapuches, do sagrado direito à terra e dirigia uma luta contra um projeto do monopólio transnacional RP Global na mesma região em que foi assassinada. Segundo a comunidade local, tal projeto visa construir uma hidrelétrica e ameaça a biodiversidade, trazendo impactos negativos.
A própria comunidade onde Macarena vivia denunciou que ela sofria ameaças de morte efetuadas por pistoleiros a serviço da RP Global. Além disso, os mapuches denunciam que a empresa imperialista possui histórico de transgredir os direitos dos indígenas e o seu território original, que é de grande importância cultural, impondo uma série de instalações e restringindo a autonomia das massas mapuches sobre a terra.
Uma análise forense recente feita pela família de Macarena, junto da Diretora do Departamento de Anatomia e Medicina Legal da Universidade do Chile, revelou que a líder mapuche havia sido enforcada depois de morta, descartando a hipótese de “suicídio”.