Jovem chilena é alvo de tiros, deixada inconsciente e despida pela polícia chilena. Foto: Reprodução/Redes sociais
O Instituto Nacional de Direitos Humanos (INDH) do Chile informou que vai apresentar uma denúncia por tortura contra uma adolescente de 15 anos que está detida desde o dia 5 de novembro, na 25ª Esquadra de Polícia, em Maipú. Essa é a 18ª denúncia por tortura sexual apresentadas nos últimos 19 dias, durante a onda de protestos no Chile.
Jovem é atacada com balas e deixada inconsciente
O caso de Camila Miranda ocorreu na praça Itália, em Santiago, onde ela acompanhava um fotógrafo durante uma manifestação. Lá, foram disparadas balas nas pernas dela a cerca de oito metros de distância pela polícia (carabineros). Ela foi detida e seu paradeiro foi desconhecido por 24 horas, até que ela finalmente apareceu na manhã de 5 de novembro, apenas com a roupa íntima no hospital, mas suas feridas não tinham sido tratadas.
A correspondente da agência Telesur no Chile, Paola Dragnic, informou que a jovem se reencontrou com sua mãe e foi hospitalizada no Hospital da Bacia do Rio, onde teve raios-x para conhecer a gravidade dos impactos das sete balas em suas pernas.
Sandra, a mãe da menina agredida, contou que descobriu o caso de sua filha através de redes sociais e entrou em contato com o Hospital de Urgência Assistência Pública (Huap), um centro de atendimento médico de emergência. Lá, ela foi informada de que Camila estava medicada, mas não podia vê-la.
“Ela estava de roupão, apenas com calcinha e chinelos. Ela esteve sob essas condições nas masmorras a noite toda até ser libertada”, disse a mãe.
Ela também ressaltou que a agressão dos policiais contra sua filha foi um “ato insano”, porque “eles a agarraram, arrastaram e, depois disso, pulverizaram um gás em seu rosto e nas costas para anestesiá-la”. Além disso, de acordo com o relato da jovem – e como mostram as fotos veiculadas do momento em que ela sofreu a agressão -, após os policiais a imobilizarem, eles a despiram na rua. Nestas condições, Camila perdeu a consciência e foi transferida para o Serviço de Atenção Primária de Emergência.
Apesar de Camila ter chegado ao hospital, os “profissionais” presentes não trataram seus machucados, e as balas continuam em sua perna.
‘Eles disseram que os três iriam me estuprar’
Outro caso de agressão dos policiais contra uma mulher abalou o Chile. Trata-se de uma jovem que participou no dia 5 de novembro de uma assembleia que homenageava os desaparecidos do regime militar, que foi dispersa pela polícia.
“Eles nos pararam abruptamente, nos ameaçaram, me amarraram pelo braço e me disseram que os três iam me estuprar se me colocassem no carro”, disse a mulher em uma entrevista com o correspondente da Telesur. A manifestante teria, de fato, sido levada se os repórteres da agência não houvessem interrompido a detenção.
Assista: https://www.facebook.com/teleSUR/videos/1340432562801870/
Policiais atiram contra estudantes
Já os estudantes do liceu Teresa Prats de Sarratea, L7 de Santiago Centro (Liceo 7), denunciaram uma forte repressão dos policiais em 5 de novembro, dentro do estabelecimento educacional. Pelo menos duas jovens ficaram feridas por balas disparadas pelas escopetas dos policiais.
Após o tiroteio e ferimento das estudantes, Humberto Tapia, da 4ª Delegacia de Polícia de Carabineros, foi preso no dia 6 de novembro. Mais tarde, será visto se ele será acusado de ferir as estudantes, ou por ser o oficial de comando responsável.