China: Meta de crescimento econômica não se confirma no segundo trimestre

Desaceleração da economia chinesa vem acompanhada por contradições com Estados Unidos e estratégia militar que eleva tensões militares com Taiwan.

China: Meta de crescimento econômica não se confirma no segundo trimestre

Desaceleração da economia chinesa vem acompanhada por contradições com Estados Unidos e estratégia militar que eleva tensões militares com Taiwan.

O Produto Interno Bruto chinês cresceu 4,7% no segundo trimestre (abril a junho). O resultado ficou abaixo da meta de 5,1% e representa uma desaceleração em relação ao trimestre anterior. Os principais fatores apontados pelos economistas imperialistas são o varejo fraco, crise no setor imobiliário e insegurança no emprego. No mesmo dia em que foi divulgado, Xi Jinping convocou uma reunião plenária do Partido “Comunista” para discutir os rumos do social-imperialismo chinês.

O desemprego na China ficou estável em 5% e a produção industrial cresceu 0,3 pontos percentuais acima dos esperados 5%. As vendas no varejo ficaram em 2%, abaixo da expectativa de 3,4%.

Os índices econômicos chineses também dão conta de uma queda no preço dos imóveis em 4,5% em relação ao ano anterior, sendo o pior nível em nove anos. A taxa de investimento, por outro lado, subiu 3,9% nos primeiros seis meses do ano, com os investimentos em manufatura aumentando 9,5% somente no primeiro trimestre. Estes dois aspectos (a queda no preço dos imóveis e o aumento do investimento) se relacionam. Desde que a economia chinesa foi sacudida por conta da bolha imobiliária provocada a partir da mega-empreiteira Evergrande, a “solução” adotada pelas autoridades políticas da potência social-imperialista foi a elevação da taxa de investimentos, com foco principal no setor de “tecnologia”. A partir disso, por exemplo, foi impulsionado a produção de chips/semicondutores e o desenvolvimento da tecnologia “5G”. Outro aspecto dentro da mesma questão é a corrida interimperialista, uma vez que é chave para a superpotência hegemônica imperialista única, Estados Unidos, evitar que o social-imperialismo chinês saia adiante na tecnologia.

Foi por isso que a Secretária de Comércio dos EUA, Gina Raimondo, anunciou em novembro do ano passado que, no objetivo de garantir a “segurança nacional” o governo do USA limitaria ainda mais as exportações para a China de semicondutores avançados e de máquinas para fabricá-los. Mesmo assim, em 2022, a China contribuiu com 27% da receita total da estadunidense Intel, 23,9% das vendas da Tokyo Electron, e 15% das vendas da ASML.

Acompanhada desta estratégia econômica, o social-imperialismo chinês segue com pretensões de estabelecer um controle militar circunscrito no plano da “nova rota da seda”. A estratégia foi anunciada por Xi Jinping em 2013, passando a fazer parte da orientação do regime política chinês desde então. A busca por garantir as vias continentais e marítimas essenciais para uma série de recursos energéticos, matérias primas e commodities tidos como imprescindíveis para a economia da China já elevou as tensões militares por toda a região, sobretudo com Taiwan.

Se confirmada a tendência à desaceleração da economia chinesa, o regime social-imperialista tende a lançar mão de intervenções militares ainda mais escancaradas do que a série de exercícios militares com navios e porta-aviões que já são permanentemente mobilizados por toda a região.

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