A China anunciou hoje (04/02) que vai aplicar taxas adicionais de 15% sobre o carvão e o gás natural liquefeito e de 10% sobre o petróleo e maquinário agrícola oriundos do Estados Unidos (EUA). A medida é uma retaliação às tarifas anunciadas pelo governo de Donald Trump no último final de semana. As tarifas serão implementadas a partir da semana que vem.
O Estado social-imperialista chinês também restringiu as exportações de tungstênio, molibdênio, telúrio, bismuto e índio ao EUA. Os metais são, em sua maioria, usados nas indústrias de eletrônicos, automóveis, aviação e no setor de defesa. A China produz cerca de 80% do tungstênio e do bismuto do mundo e é a principal fornecedora dos outros metais.
A retaliação chinesa foi concluída com a ameaça de uma investigação contra o Google, segundo o ministro do Comércio Chinês. “Diante das suspeitas de que o Google violou a lei antimonopólio da República Popular da China, a Administração Estatal de Regulação de Mercados iniciou uma investigação sobre a empresa, conforme previsto na lei”, informou a agência em um comunicado.
A medida é uma retaliação à decisão do ultrarreacionário presidente ianque Donald Trump de impor tarifas adicionais de 10% aos produtos importados da China para o EUA. Trump também anunciou tarifas extras contra o México e Canadá, mas adiou os planos em relação a esses dois países.
As tarifas ainda estão no plano das ameaças, mas são sinal do nível da contenda interimperialista e da crise geral de decomposição do sistema imperialista.
Mesmo que comedidas (a China decidiu restringir a exportação somente de metais que tem maior controle e que não são usados de forma generalizada), as medidas têm capacidade de causar impactos concretos na inflação, juros e outros aspectos das economias imperialistas.
Certamente haverá reflexo também nos países oprimidos. Seja pelas medidas contra eles, como no caso do EUA e México, seja pelo aumento do saqueio dos países imperialistas contra os países oprimidos para compensar os efeitos da pugna interimperialista.
Apesar disso, o recuo de Trump mostra que há certa cautela em como agir. Até mesmo o monopólio de comunicação Bloomberg comparou o representante do imperialismo ianque a um “tigre de papel”.