Errata: a Redação de AND atualizou, no dia 29/1, o título desta matéria de “CIA admite que Covid-19 provavelmente surgiu de laboratório” para o atual. A alteração foi um reconhecimento, por parte da equipe profissional desta tribuna, de que o título antigo dava a aparência de coadunação com a acusação da CIA, o que nunca foi o intuito. A intenção da Redação, como explícito no texto, foi ressaltar o fato de que ambas as potências imperialistas (superpotência, no caso do EUA) têm se acusado como causadores da Covid-19, o que nos obriga a considerar a hipótese de que a causa da pandemia que devastou milhões de vidas, foi o imperialismo, particularmente através da fabricação de armas biológicas, como a história humana registra à exaustão. O primeiro parágrafo do texto foi pouco alterado no mesmo sentido.
A Agência Central de Inteligência (CIA) do imperialismo norte-americano (Estados Unidos, EUA) acusou, na semana passada, a China de ter criado e fabricado o vírus da Covid-19.
A avaliação, segundo os imperialistas ianques, surgiu a partir de novas análises das condições de laboratórios na província chinesa de Wuhan. Contudo, não há novas evidências que sustentem essa hipótese como a mais provável.
É uma mudança de posição para a CIA, que antes considerava a origem natural como a hipótese mais provável.
As análises que levaram à nova posição começaram no fim do governo de Joseph Biden, a pedido do então conselheiro de segurança nacional Jake Sullivan.
O novo chefe da agência, John Ratcliffe, disse que a agência não mudou suas opiniões por conta da troca de governos no Estados Unidos. Ele não queria que a CIA ficasse “de fora” do debate sobre as origens, do vírus, segundo entrevista ao site Breitbart News.
A CIA “continua a avaliar que os cenários relacionados à pesquisa e de origem natural da pandemia de Covid-19 permanecem plausíveis”, segundo um comunicado sobre a nova avaliação.
Hipóteses e evidências
Além da CIA, o FBI e o Departamento de Energia ianque defendem que a origem do vírus em um laboratório é a mais provável. Os órgãos só discordam no ponto de origem: para o FBI, o responsável foi o Instituto de Virologia de Wuhan, enquanto para o Departamento de Energia o vírus saiu do Centro de Controle de Doenças da cidade.
A origem em um laboratório é admitida mesmo por cientistas, como a Dra. Alina Chan, bióloga molecular do M.I.T. e Harvard e coautora do livro “Viral: A Busca para a Origem do Covid-19”, em que ela sustenta as posições de agências do imperialismo ianque de que o vírus surgiu em um laboratório chinês.
Nenhuma das hipóteses sobre a origem do vírus tem evidências sólidas até hoje. Os cientistas nunca acharam o animal que transmitiu o vírus para um humano, nem um morcego infectado com uma versão ancestral do coronavírus.
Ao mesmo tempo, não há provas de que o laboratório de Wuhan tenha trabalhado com formas mais rudimentares do vírus que levou à pandemia. Isso não elimina a hipótese, porque a versão do coronavírus da Covid-19 pode ter surgido de laboratórios de outros países, como o próprio EUA.
China já acusou EUA de dar origem à Covid-19
Em 2023, o Departamento de Defesa do Estado imperialista ianque intensificou as atividades biomilitares em 336 biolaboratórios controlados pela instituição em 30 países diferentes, segundo uma denúncia de Wang Wenbin, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Estado social-fascista chinês.
Em 2020, o então ocupante do cargo de Wenbin, Wang Yi, acusou o EUA de de lançar o Covid-19 na China durante a realização das Olimpíadas Militares em Wuhan, celebrada na mesma época em que surgiram os primeiros casos conhecidos da doença. A acusação foif eita durante a Conferência de Segurança de Munique, em março daquele ano.
O uso de armas biológicas e bioquímicas na história humana sempre foi uma opção nas guerras. No Brasil, os portugueses usaram roupas infectadas para assassinar indígenas de várias populações até o século 20, conforme conta o antropólogo Darcy Ribeiro no livro Os índios e a civilização. Na atualidade, o uso de armas biológicas tornou-se ainda mais comum, a exemplo do Antraz.
O jornal A Nova Democracia aponta desde a sua fundação como os imperialistas decidiram usar as armas biológicas como um substituto esporádico para as armas nucleares. As vantagens das primeiras são a forma dissimulada, o poder destrutivo restrito aos seres humanos e a garantia de sucesso, o que ajudam a evitar a precipitação de uma terceira guerra mundial.