A defesa do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), Mauro Cid, negou que o tenente-coronel foi coagido a delatar, segundo informações publicadas pelo monopólio de imprensa Uol hoje (7/3).
A versão de Cid complica Jair Bolsonaro. O ex-presidente estava buscando desmoralizar o processo sofrido e os indícios apresentados contra ele por Cid ao afirmar em entrevistas que o delator foi “torturado” nos depoimentos.
A manifestação enviada pelos advogados de Bolsonaro à Procuradoria-Geral da República (PGR) diz que a delação de Cid era mentirosa, omissa e contraditória, e que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) conduziu a delação como uma “pescaria probatória”. O termo se refere a investigações especulativas e indiscriminadas que buscam “pescar” qualquer prova para fundamentar uma acusação.
A defesa de Bolsonaro também diz que Cid foi “pressionado” a mentir e que o acordo de confidencialidade da delação foi violado quando detalhes do processo foram divulgados pela revista Veja.
Por outro lado, a defesa de Mauro Cid diz que não houve coação por parte da Polícia Federal ou de Moraes e que Cid estar preso na celebração do acordo foi uma “mera circunstância processual”.
A polêmica é expressão das movimentações políticas em curso. Enquanto Cid quer salvar a própria pele do processo, Jair Bolsonaro está usando de vários meios para tentar desmoralizar o processo sofrido e mobilizar sua base social fascista para reduzir o tempo de prisão que enfrentará.