Ghufran Warasneh. Foto: Wafa News Agency/Twitter
A jornalista Ghufran Warasneh, de 31 anos, foi assassinada no dia 1° de junho por soldados israelenses no campo de refugiados de Al-Arroub, norte da cidade de Hefron. Centenas de palestinos protestaram contra o assassinato e confrontaram as tropas sionistas de Israel. A morte de Ghufran ocorreu 19 dias depois do assassinato de Shireen Abu Akleh, outra repórter palestina morta por tropas israelenses.
The occupation forces shot a girl at the entrance to Al-Arroub refugee camp, north of Hebron pic.twitter.com/pUyywdl57h
— Shaima Hassan (@ShaimaH55463893) June 1, 2022
Ghufran Warasneh estava a caminho do seu trabalho, no qual havia acabado de ser contratada, quando foi assassinada pelas tropas de Israel. Segundo o relato de uma testemunha ocular à agência de notícias Wafa, a repórter estava caminhando pela rua principal quando dois soldados israelenses ordenaram que ela se aproximasse, alvejando-a com tiros de armas de fogo momentos depois.
Após atirarem na jornalista, os militares sionistas assassinos impediram o atendimento médico por em torno de vinte minutos, segundo a Sociedade do Crescente Vermelho Palestino. A repórter foi transferida para o hospital de Ahli depois de os médicos finalmente conseguirem ultrapassar o bloqueio dos israelenses. Warasneh foi dada como morta uma hora mais tarde.
Leia também: Repórter palestina é assassinada por tropas israelenses
O assassinato foi recebido com grande revolta pelos palestinos de Al-Arroub, bairro ocupado pelo sionismo transformado em campo de concentração de palestinos. Greves foram feitas no dia 01/06 e estudantes da escola de Al-Arroub realizaram um protesto, o qual terminou em confrontos com as tropas sionistas.
Também no 01/06, momentos após a confirmação da morte de Ghufran Warasneh, as massas organizaram uma marcha para acompanhar o caixão da repórter, coberto com uma bandeira da Palestina, desde o hospital até o campo de refugiados. As tropas israelenses, insaciáveis em sua repressão, bloquearam o acesso ao campo de refugiados e reprimiram a passeata com bombas de gás e de “efeito moral”.
Os soldados ainda dispararam tiros de armas de fogo no chão e entre os pés dos manifestantes que carregavam o caixão de Warasneh. Em resposta, mais massas se juntaram à procissão e ajudaram a carregar o ataúde. “Eventualmente nós passamos e eles não puderam nos impedir, eles tiveram que nos deixar passar”, declarou Abdel Warasneh, primo da repórter assassinada, ao monopólio de imprensa The New Arab.
Israeli occupation forces attack Palestinian mourners and fired tear gas and sound grenades toward them while taking part in the funeral of Palestinian journalist Ghufran Warasna who was murdered by the Israeli occupation forces in Hebron. pic.twitter.com/9UhkvziyNA
— DAYS OF PALESTINEᅠ (@DaysOfPal) June 1, 2022
Ghufran Warasneh possuía um histórico como jornalista democrática. Segundo informações dadas por sua mãe à agência de notícias Wafa, Ghufran já havia sido presa por três meses e tido seus equipamentos destruídos por forças sionistas em janeiro deste ano, quando cobriu um protesto pró-Palestina.
O assassinato de Warasneh faz parte de uma crescente repressão sionista aos jornalistas democráticos que expressam seu apoio à causa palestina. Além dos assassinatos de Warasneh e de Shireen Abu Akleh, 148 violações foram cometidas por tropas israelenses somente no mês de maio de 2022. No mesmo mês, 11 jornalistas foram detidos na Cisjordânia, e três deles tiveram sua custódia prorrogada mesmo sem julgamento.