Presos fazem rebelião em diversos presídios da Colômbia exigindo melhores condições, no dia 22 de março. Foto: Reprodução, El Tiempo
Ao menos 23 pessoas morreram e 83 detentos ficaram feridos em uma rebelião em um dos maiores presídios de Bogotá (Colômbia), o La Modelo, em meio à crise sanitária, econômica e social agudizada pelo novo coronavírus, no dia 22 de março.
Nesse dia, protestos e rebeliões foram organizados em diversos presídios pelo país contra as péssimas condições de saúde e a superlotação das cadeias. Ao menos 13 penitenciárias registraram revoltas, e há 32 detentos e 7 funcionários feridos no hospital, entre eles dois guardas que estão em estado grave.
A rebelião mais violenta desse dia foi registrada em La Modelo, na capital. Familiares dos detentos se reuniram do lado de fora da prisão, enquanto tiros eram disparados e colchões incendiados no interior da instituição. Os familiares, entre eles senhoras e senhores idosos, deficientes físicos e crianças, impedidos de ver os presos, resistiram bravamente às bombas de gás e barricadas da polícia.
Os vídeos que os próprios prisioneiros enviaram à imprensa e às famílias confirmaram a violência desatada pelas forças de repressão na capital, mas também em Medellín, Ibagué, Boyacá e outras cidades do país, como se fosse um campo de batalha. Anteriormente, os habitantes da capital ouviam rajadas constantes dentro da prisão.
As 132 prisões da Colômbia têm capacidade para receber 81 mil presos, mas abrigam atualmente mais de 121 mil detentos, segundo dados do próprio Ministério da Justiça.
As grandes rebeliões nos presídios provocaram uma reunião de emergência entre forças de repressão, o Ministério da Justiça e da Defesa no dia 23. Entre as medidas estudadas pelo governo de turno está a instauração de uma “emergência carcerária no país”, que daria mais poder ao velho Estado para transferir detentos entre penitenciárias, isolar cadeias e solicitar auxílio de autoridades judiciais, sanitárias e de emergência para lidar com os confrontos.