Colômbia: Aos dois meses de rebelião, massas derrubam estátua de Cristóvão Colombo

Colômbia: Aos dois meses de rebelião, massas derrubam estátua de Cristóvão Colombo

Juventude protesta ininterruptamente contra a miséria por dois meses na Colômbia. Foto: Frederico Rios.

A rebelião das massas colombianas completou dois meses no dia 28 de junho, e foi comemorada com mais manifestações combativas. Em rechaço à repressão do velho Estado às manifestações populares, que deixou oficialmente 70 vítimas fatais e centenas de feridos, os manifestantes atacaram quatro delegacias de polícia e duas estátuas de colonizadores também foram destruídas.

Estátua de Cristóvão Colombo é derrubada e decepada

Manifestantes derrubam estátua de Cristóvão Colombo em Barranquilla.

Na cidade de Barranquilla, manifestantes amarraram diversas cordas em torno da estátua do colonizador espanhol Cristóvão Colombo, derrubando-a e decepando sua cabeça e mãos. As massas, carregando bandeiras Whipala, de origem andina, gritavam Colombo Assassino! 

Com a estátua já caída ao chão, os manifestantes escreveram com tinta spray na sua base frases como “pelos nossos mortos”, e cortaram-lhe a cabeça e as mãos.

Essa não é a primeira estátua de um reacionário atacada pelos manifestantes nos protestos que têm tomado o país nos últimos dois meses. Anteriormente, as estatuas dos colonizadores Gonzalo Jiménez de Quesada em Bogotá e Sebastián de Belalcázar em Cali também foram.

Mesmo em Bogotá, as estátuas de bronze de Isabel a Católica e Cristóvão Colombo, localizadas perto do Aeroporto Internacional de El Dorado, foram removidas após tentativas dos povos indígenas Misak de as destruir.

Povo continua a se rebelar contra o Estado policial e a miséria

O general Jorge Luis Vargas Valencia, diretor da polícia colombiana, relatou que o Esquadrão Móvel Antimotim, sigla Esmad, teve que intervir mais de 20 vezes em diferentes cidades do país, devido à massividade e combatividade dos protestos.

Além disso, em resposta à brutal repressão policial contra as massas em luta, delegacias em Medellín, bem como em Madrid, Cundinamarca e Pereira foram atacadas pelo povo.

Contra o velho Estado colombiano e os monopólios do transporte “público” e suas taxas abusivas de passagem, 13 ônibus foram atacados, 11 na cidade de Pasto, um em Bogotá e um em Pereira.

Os manifestantes protestam, principalmente, contra a miséria que assola o povo colombiano. Nesta crise do capitalismo burocrático em particular, e crise geral do imperialismo no mundo todo, que teve sua explosão com a crise sanitária do coronavírus desde 2019, a pobreza na Colômbia aumentou de 37% para 42% da população.

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