Camponeses são assassinados durante despejo de terra no Norte de Cauca, Colômbia. Fonte: El Comunero
O Exército reacionário colombiano, junto com a Polícia de Choque (Esmad, sigla original) assassinou dois camponeses indígenas, feriu outros dois, e sequestrou outro camponês durante uma ação de despejo de terra na fazenda Miraflores, Norte de Cauca, no dia 13 de agosto. As famílias indígenas já viviam e cultivavam na fazenda há quase dez anos.
O Exército, para se isentar dos assassinatos durante o despejo, disse que os indígenas que foram mortos estavam no meio de um confronto com dissidentes das “Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia” (FARC), mas um vídeo gravado durante a ação denuncia como o Exército abre fogo contra comunidade indígena indiscriminadamente.
Um dos camponeses assassinados foi Abelardo Liz, comunicador e jornalista da rádio indígena Payumat. Sua esposa se encontra grávida de cinco meses, aos 38 anos de idade. Johel Rivera, que lutava por terra há anos, também foi assassinado.
Johel Rivera, camponês indígena assassinado pelas forças de repressão. Fonte: El Comunero.
A fazenda Miraflores é um latifúndio que foi ocupado pelas comunidades indígenas do povo Nasa, devido aos grandes proprietários de terras e a grande burguesia terem saqueado as melhores terras no país, enquanto os indígenas e camponeses foram despejados nas encostas das montanhas, sem local apropriado para cultivar. Por essa razão, de acordo com o jornal popular e independente El Comunero, os povos indígenas estão avançando no processo que eles chamam de “libertação da mãe terra”, tomando as terras do latifúndio e cultivando-as para o sustento das comunidades.
A comunidade indígena do Norte de Cauca já resistiu a vários despejos e permaneceu firme em sua luta incansável pela terra. Como os indígenas colocam: “onde o sangue Nasa é derramado, não podemos mais partir”, e que exige vingança.
Veja aqui o vídeo de denúncia da ação dos militares: