A cúpula do G-20 (organismo que reúne as 20 maiores economias do mundo, no qual os imperialistas brigam para ver quem dominará mais o mundo) se reuniu neste 30 de novembro, em Buenos Aires, na Argentina, para tomarem decisões “sobre os caminhos do planeta”. Uma equipe de AND esteve nas ruas acompanhando os desdobramentos e protestos in loco.
Um grande aparato de segurança sitiou a cidade; não raro, as pessoas na rua esbravejavam sobre o alto custo desnecessário que poderia ser destinado aos hospitais e à educação. Decretado feriado, os acessos à cidade foram bloqueados durante todo o dia. Ônibus, metrô e acesso de carro ficaram impossíveis. Transitar na cidade não era permitido na prática.
Um grande protesto das classes pobres e críticos do governo Macri e de seu programa “ultraliberal” (de entrega completa do país ao FMI-Banco Mundial e ao imperialismo ianque) era esperado em resposta à maior reunião capitalista do planeta.
Um grande número de manifestantes de vários movimentos populares e democráticos se reuniram para marchar e protestar. Pelo grande número de pessoas concentradas esperava-se uma grande revolta popular, inclusive da população argentina que vêm insatisfeita com o governo Macri, que acaba de fechar um dos maiores empréstimos com FMI. Caminhando em uma área demarcada para o protesto, um grande número de manifestantes caminharam pela avenida 9 de julho, na capital argentina, com bandeiras e músicas até a praça do Congresso.
Diferente de Hamburgo (onde uma grande revolta popular expressou sua indignação contra o G-20 e contra o próprio governo alemão), na Argentina o protesto se resumiu a palavras de ordem. Sob a camisa de força das organizações oportunistas e sindicalistas corporativizados pelo governo – entre peronistas e organizações trotskistas –, os milhões de jovens e trabalhadores argentinos que marcharam não puderam demonstrar sua profunda indignação. Alguns setores mais ativos, como grupos de jovens combatentes, foram expulsos da marcha e agredidos por bandos de bate-paus dos movimentos oportunistas, tudo para manter a calmaria que tanto agrada o governo e o G-20. Dizia-se, à boca miúda, que as direções das centrais sindicais chapa-branca e dos movimentos ligados ao velho Estado receberam dinheiro e benefícios para “manter tudo sob o controle”. Ao final, a marcha parecia mais um grande desfile organizado.