Com dez mil projéteis, Hezbollah seria capaz de destruir um terço de Israel

Esta quantidade de projéteis é suficiente para destruir e incapacitar todos os alvos acima mencionados, e se constituirá em uma operação de ataque que o inimigo nunca enfrentou antes, colocando a Resistência em posição de reorganizar rondas de ataque
Capacidade militar da Resistência Libanesa cresceu e poderia destruir Israel. Foto: Reprodução

Com dez mil projéteis, Hezbollah seria capaz de destruir um terço de Israel

Esta quantidade de projéteis é suficiente para destruir e incapacitar todos os alvos acima mencionados, e se constituirá em uma operação de ataque que o inimigo nunca enfrentou antes, colocando a Resistência em posição de reorganizar rondas de ataque

Publicamos a seguir tradução do artigo “Exercício preliminar: Dez mil projéteis paralisam um terço da entidade!”, publicado recentemente na Al-Akhbar, por Ibrahim Al-Amin.


A Resistência no Líbano demonstrou capacidade de atingir mais de 100 locais militares e de infraestrutura vitais dentro da entidade sionista, utilizando projéteis de diversos tipos de alcance, o que paralisaria a capacidade operacional do Exército Sionista de Israel, causando destruição de pontos vitais além de provocar deslocamentos em massa. Este estado de prontidão e estratégia garantem que qualquer surpresa militar em grande escala por parte do Sionismo não conseguirá incapacitar as forças da Resistência, permitindo que ela se sustente e leve suas operações a escalas cada vez maiores.

No documento, o Hezbollah afirma estar de prontidão para enfrentar qualquer guerra em grande escala com o inimigo e não se refere apenas ao que a Resistência divulgou sobre seu banco-de-alvos dentro do território de israelense, mas também ao que as experiências dos últimos nove meses mostraram em termos de capacidades. Embora o período que se seguiu à agressão ocorrida em 2006 [ano que marcou o fim da guerra entre Israel e o Líbano, em que o Hezbollah saiu vitorioso] até o Dilúvio de Al-Aqsa tenha sido repleto de sugestões e avisos dirigidos pela Resistência aos líderes, exército e colonos sionistas, as atuais probabilidades de escalada impõem um padrão diferente de mensagens de dissuasão.

Primeiramente, junto a discursos do secretário-geral do Hezbollah, Sayyed Hassan Nasrallah, sobre as capacidades qualitativas do Hezbollah, a Resistência transmitiu um vídeo de conteúdo raro depois que o inimigo ameaçou bombardear locais perto do Aeroporto de Beirute. O vídeo incluía coordenadas geográficas de locais militares, quartéis-generais de segurança e dispositivos especiais instalados pelo inimigo perto de centros residenciais, educacionais e civis. E termina com uma frase de Sayyed Nasrallah afirmando que “se atacarem alvos dentre nossos civis, faremos o mesmo com vocês”.

Em setembro de 2018, Sayyed Nasrallah dirigiu-se ao exército de ocupação afirmando que “a Resistência possui mísseis de precisão e imprecisão, e capacidades de armamento que impõem a ‘israel’ um destino e uma realidade que nunca imaginou”. Em seguida, no último verão, ele declarou que a Resistência “precisa apenas de alguns mísseis de precisão para destruir uma lista de alvos, incluindo aeroportos civis e militares, bases da força aérea, usinas de energia, sistemas de estação de água, juntamente com um grupo de infraestruturas e refinarias de petróleo, mais notadamente o reator Dimona.”

Ao longo de sua campanha de dissuasão, o Hezbollah anunciou publicamente algo que o inimigo só sabe graças aos seus vastos esforços de inteligência. O anúncio público dá conta da sua capacidade de atingir alvos tidos como centrais à entidade, sejam eles militares, de infraestruturas estratégicas ou centros de serviço público. O Hezbollah aumentou gradualmente o nível de alerta e ameaça, correspondendo aos esforços [de guerra] de Israel contra a Resistência libanesa e sua infraestrutura humana e logística, especialmente durante a fase de “guerra entre guerras”, na qual o inimigo empreendeu uma estratégia triangular:

1. Tentativa de atacar o que se supõe serem armas a caminho para o Hezbollah através de ataques aéreos.

2. Condução de operações militares de segurança em rotas de abastecimento feitas pela inteligência inimiga.

3. Operações de sabotagem em áreas mais isoladas do Líbano, sendo as últimas as mais perigosas, porém revelando muitos detalhes sobre as ações ou planos do inimigo, especialmente quando se viu “forçado” a realizar operações excepcionais, como o uso de drones com explosivos sobre o subúrbio sul [de Beirute, em Dahiye] em agosto de 2019, precedido e seguido de tentativas de equipes de comando “israelenses” de alcançarem instalações da Resistência em várias áreas libanesas. Estas tentativas visavam atacar o que “israel” considera centros de produção de armas avançadas ou operações que convertem mísseis não-guiados em mísseis de precisão. Os esforços de inteligência do inimigo nesta esfera não se limitaram apenas a tais operações, mas incluíram muitas outras atividades cujos detalhes a Resistência libanesa pode revelar posteriormente.

Enquanto nos encontramos em meio a uma guerra difícil, na qual o inimigo intensifica seus crimes contra os palestinos, e com crescente probabilidade de escalada na frente libanesa, apesar dos indicadores terem diminuído na semana passada, a Resistência libanesa está efetivamente reforçando a preparação para um confronto abrangente. Decidiu aumentar o nível das mensagens de ameaça para serem transmitidas ao sionismo, a uma parte significativa da liderança política, ao máximo de pessoas envolvidas em assuntos públicos, em conjunto com o aumento das tensões a nível militar e de segurança. E, uma vez que a guerra se torne abrangente, o Hezbollah possui um plano que difere de todas as estimativas.

Num exercício teórico e prático de como poderia ser a situação, pode-se presumir o seguinte:

A Resistência apresentou mais de 100 alvos vitais, incluindo locais e quartéis militares convencionais ou recém-construídos, centros operacionais de artilharia e força aérea, centros de gerenciamento de operações de guerra, centros de coleta de inteligência e guerra eletrônica, ferramentas de espionagem de vários tipos, sistemas de radar, sistemas de detecção e rastreamento, além de centros de comando e controle, depósitos de armas e munições e posições de tanques e veículos essenciais, incluindo sistemas de defesa aérea que compreendem radares, sistemas de controle e plataformas de lançamento.

Além disso, a Resistência apresentou mais de 50 alvos envolvendo a infraestrutura central da entidade inimiga, desde aeroportos e portos marítimos centrais ou secundários até estações de produção e distribuição de energia e centros de controle de recursos petrolíferos, como tanques, refinarias ou fábricas petroquímicas, atingindo instalações civis incluindo complexos residenciais (para funcionários seniores e empresários de indústrias privadas do norte) e comunidades de assentamentos (compreendendo pessoas comuns ou artesãos e agricultores) estabelecidas antes e depois da criação da entidade israelense. A Resistência também apontou um número significativo de centros de serviços pertencentes a tais comunidades civis, incluindo centros comerciais e fábricas de produção de alimentos.

O Hezbollah realizou um levantamento de uma área que constitui o centro norte da entidade israelense, estendendo-se desde o mar, a oeste, até aos limites orientais do Golã ocupado, numa área de aproximadamente 3.650 km². Obviamente os vídeos não revelaram detalhes altamente sensíveis sobre indústrias avançadas que geram bilhões de dólares anualmente para a entidade e seu setor privado, cuja guerra abrangente exporia não só a perdas diretas, mas também a interrupções e atrasos de grandes projetos que estão sendo feitos em aliança e cooperação com instituições internacionais no leste e no oeste.

Se confiarmos no que o inimigo vaza informações, mais destacadamente pelas agências de inteligência globais e instituições de pesquisa que trabalham com eles, e se acrescentarmos o que a Resistência libanesa revelou em termos de armas ao longo dos últimos nove meses, além das armas que apareceram nas mãos de facções e forças do Eixo da Resistência na região – quer sejam usadas em terra, mar ou ar – juntamente às supostas armas divulgadas publicamente pela Guarda Revolucionária Iraniana, que o inimigo assume estarem agora na posse do Hezbollah, isto é suficiente para concluir que o simples exercício em teoria indica o seguinte:

Em primeiro lugar, a natureza das medidas tomadas por todas as partes envolvidas numa guerra em grande escala privou o Exército Sionista do elemento surpresa. Qualquer operação militar repentina, seja uma campanha aérea ou mesmo invasões terrestres, não conseguirá desabilitar as capacidades qualitativas da Resistência, nem será capaz de paralisá-las ou torná-las inoperantes.

Em segundo lugar, os sistemas de defesa aérea do inimigo – desde os Domos de Ferro até a Funda de Davi, e dos sistemas “Hetz” [Flecha] e “Patriot”, como também aviões de guerra, helicópteros e drones que possam ser usados ​​para combater projéteis no ar – possuem capacidades operacionais que permite-lhes enfrentar uma barragem inicial ampla, com resultados não superiores a 50%. É importante notar que a capacidade do inimigo de recarregar seus sistemas de defesa aérea pode não ser possível dentro de algumas horas.

A estratégia de dispersão testada no Líbano pela Resistência não exigirá, nas circunstâncias mais severas, o lançamento de mais de dez mil projéteis variados, desde drones (ninguém sabe quais tipos serão usados numa guerra abrangente) até projéteis de artilharia (altamente eficazes), mísseis convencionais, mísseis de cruzeiro ou balísticos e até tipos de mísseis desconhecidos em termos de alcance, velocidade e capacidades destrutivas.

Esta quantidade de projéteis é suficiente para destruir e incapacitar todos os alvos acima mencionados, e se constituirá em uma operação de ataque que o inimigo nunca enfrentou antes, colocando a Resistência em posição de reorganizar rondas de ataque subsequentes, com uma séria possibilidade de lançar uma grande operação terrestre nas profundezas do norte [israelense] ocupado.

O resultado inicial será uma destruição maciça que afetará a infraestrutura militar, civil e estratégica do inimigo, com o deslocamento de mais de um milhão e meio de colonos, num estado de caos que nem sequer se assemelha ao que aconteceu durante o envelopamento de Gaza na manhã de 7 de outubro de 2023.

Tudo isto enquanto falamos de uma operação cujo âmbito geográfico ainda se situa no terço norte da entidade israelense de ocupação. No entanto, ninguém pode entrar na mente da Resistência para determinar se a situação ficará adstrita ao norte ou potencialmente envolverá outro local, onde se encontra o “sistema nervoso” da entidade sionista. Todos sabem, ou ao menos o inimigo, que a Resistência libanesa realiza levantamentos informativos abrangentes de todo o território ocupado por israel – e essa vigilância é continuamente realizada, alcançando resultados significativos para os eventuais bombardeios contínuos por foguetes ou por drones – que remontam a pelo menos uma década.

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