Com permissividade de Luiz Inácio, imperialismo avança com criação de ‘Centro Policial Internacional’ na Amazônia

Na Cúpula da Amazônia, realizada no dia 08/08 em Belém (PA), Luiz Inácio anunciou a criação de um "Centro Policial Internacional". O projeto, facilmente classificável como um crime de traição nacional, busca integrar as Forças Armadas reacionárias, polícias federais e estaduais e agentes do imperialismo.
Luiz Inácio quer avançar com criação de "Centro Policial Internacional" na Amazônia. Foto: Marco Santos/Agência Pará

Com permissividade de Luiz Inácio, imperialismo avança com criação de ‘Centro Policial Internacional’ na Amazônia

Na Cúpula da Amazônia, realizada no dia 08/08 em Belém (PA), Luiz Inácio anunciou a criação de um "Centro Policial Internacional". O projeto, facilmente classificável como um crime de traição nacional, busca integrar as Forças Armadas reacionárias, polícias federais e estaduais e agentes do imperialismo.

Na Cúpula da Amazônia, realizada no dia 8 de agosto em Belém (PA), Luiz Inácio anunciou a criação de um “Centro Policial Internacional”. O projeto, verdadeiro crime de traição nacional, deve ser concluído até o final de 2023, segundo os planos do governo, e busca integrar as Forças Armadas reacionárias, polícias federais e estaduais e agentes do imperialismo.

O plano lesa-pátria foi montado sob a justificativa de “combate ao narcotráfico e os crimes ambientais”. Ambas as justificativas tem sido amplamente usadas pelo imperialismo ianque (Estados Unidos, USA) para avançar com seus planos de militarização do subcontinente latinoamericano, sobretudo por meio do Comando Sul do USA. No último ano, os argumentos foram usados para embasar diferentes projetos em países como Colômbia e Equador.

O novo centro deve contar ainda com a criação de 34 bases fluviais e terrestres e um possível sistema de monitoramento aéreo na Amazônia brasileira. Dentre os “agentes estrangeiros” escalados para atuar no Centro Policial Internacional estão forças policiais de países vizinhos, mas também agentes do imperialismo ianque e europeu.

O delegado da Polícia Federal e um dos diretores do projeto, Humberto Freire, afirmou ao monopólio de imprensa que o Centro terá 3 principais eixos de atuação:

1. intercâmbio de expertise, com compartilhamento de técnica investigativa;

2. troca de informações de inteligência;

3. Cooperação jurídica para agilizar o compartilhamento formal de provas de crimes entre os participantes do centro.

De Bolsonaro a Lula, o imperialismo avança sob a Amazônia

Se trata, assim, de mais um crime de lesa pátria do oportunista Luiz Inácio, que dá cabo aos planos do imperialismo ianque de saqueio das riquezas naturais e militarização dos países dominados para aprofundar sua dominação. Todavia, esses crimes, possíveis somente pelo caráter semicolonial do velho Estado brasileiro, não são exclusividade de Luiz Inácio, mas são generalizados nos governos brasileiros e nas Forças Armadas reacionárias.

Militares reacionários brasileiros em exercício junto com militares ianques. Foto: Reprodução

Desde agosto de 2019, ainda no governo de Bolsonaro e dos generais, intensificou-se a militarização da Amazônia com a aplicação de operações de “Garantia da Lei e da Ordem” novamente sob justificativa de “combate ao desmatamento”. As organizações camponesas na época denunciaram, entretanto, que essa manobra existia apenas para aumentar a repressão já existente contra o movimento camponês combativo.

No ano seguinte, 2020, ocorreu a “Operação Amazônia”. Nela, os militares reacionários brasileiros simularam um conflito armado na região tropical (diga-se de passagem, com custos milionários) do “país vermelho vs país azul” sob a supervisão declarada dos militares estadunidenses e do ex-Secretário de Estado ianque e ex-agente da CIA Mike Pompeu.

Já no segundo semestre de 2022, a então comandante do Comando Sul dos Estados Unidos (Southcom), Laura Richardson, visitou vários países da América Latina, incluindo o Brasil. Em uma visita na Colômbia, a militar ressaltou para o presidente oportunista Gustavo Petro sobre a necessidade de uma “cooperação militar-para-militar”, sob a justificativa do combate a “incêndios e crimes ambientais”. Laura ressaltou nessa mesma ocasião que essa cooperação não seria exclusividade da Colômbia e que já havia “um esboço desse projeto no Brasil”.

Laura Richardson visita Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia. Foto: Southcom

Com o início do governo de Luiz Inácio e seu reacionário ministro da justiça Flávio Dino, viu-se que essa militarização só se aprofundava. Em setembro de 2023, Dino autorizou através de uma série de decretos a permanência e novos envios da Força Nacional de Segurança Pública para atuar em Terras Indígenas, justamente no contexto de acirramento das tomadas de terra pelos povos originários.

Segue a resistência camponesa e indígena na Amazônia

O campo brasileiro e, em especial, a região amazônica, segue sendo a linha de frente no campo da luta de classes no Brasil. Segundo relatório anual da CTP, apenas em 2022, foram registrados 1 conflito no campo a cada 4 horas em nosso país.

O Relatório aponta também que, de todos os conflitos, cerca de 54,86% foram registrados em territórios amazônicos, representando a região com maior parcela dessas ocorrências. É mostrado também que dos 47 assassinatos políticos ocorridos no campo em 2022, 34 ocorreram na região.

Sendo assim, compreende-se porque, nesse turbilhão da luta de classes que se estende nos rincões mais isolados do país, a sanha imperialista tenha tanto interesse em intervir militarmente.

Os camponeses e indígenas, entretanto, seguem impondo vitórias aos reacionários. Diante da farsa da “CPI do MST”, a Liga dos Camponeses Pobres convocou em nota todo o campo a “organizar sua autodefesa e resistir na mesma proporção aos bandos armados do latifúndio”.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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