No dia 20 de agosto foi registrado, no distrito de Baramulla, o primeiro ataque da Resistência Nacional caxemire desde que a Índia revogou a limitada “autonomia” que gozava a Caxemira.
Segundo a agência de notícias Al Jazeera, um comunicado da Polícia Especial indiana afirma que os combatentes da Resistência lançaram uma granada contra as tropas indianas de ocupação, ferindo dois soldados e matando o oficial Bilal Ahmad. Já o combatente morto foi identificado como Momin Gujri, vinculado ao grupo de Resistência Lashkar-e-Taiba (LeT).
Protestos rechaçam ocupação militar
Os protestos contra a revogação do estatuto constitucional especial da região continuam a ocorrer, por exemplo, na cidade de Srinagar, que durante o verão é a capital do Estado da Caxemira e de Jammu.
As manifestações têm sido protagonizadas principalmente pelas mulheres caxemirianas, que temem que, com a revogação do artigo 370 e a intervenção militar, o casamento forçado e a violência sexual contra elas aumentem.
Membros do Bharatiya Janata (“Partido do Povo Indiano”), do primeiro-ministro fascista Narendra Modi, têm feito diversos comentários misóginos, como: “a Caxemira está aberta e as noivas serão trazidas de lá”. Segundo o Google Trends, ferramenta que mostra a popularidade de busca por certos termos, a pesquisa na Índia de “como se casar com mulheres da Caxemira?” cresceu exponencialmente desde 5 de agosto, quando suspendeu-se a autonomia da região.
Confrontos no Paquistão
Paralelamente, o governo do Paquistão declarou que outros três civis foram mortos em tiroteios provocados por soldados indianos na fronteira sua com a Caxemira, chamada de Linha de Controle. As agências de notícias da Índia, por sua vez, relatam que soldados indianos ficaram feridos e um morreu após paquistaneses atirarem contra postos na Linha de Controle, que divide a Caxemira em disputa.
Protesto de mulheres em Srinagar contra a ocupação indiana. Foto: Danish Ismail/Agência Reuters