No dia 27/12, o Comitê de Apoio ao AND realizou uma brigada de venda do jornal nas proximidades da Igreja de Nossa Senhora do Livramento dos Homens Pardos e do Mercado São José, no centro do Recife (PE). Durante a brigada, os ativistas se empenharam na ampla divulgação das lutas populares que acontecem no campo a centenas de trabalhadores que transitavam no local.
Os ativistas propagandearam a heróica resistência camponesa no Engenho Barro Branco (PE), que levantou o Acampamento Menino Jonatas pela recuperação das terras destruídas pelo latifúndio, e que completou 2 meses em intensa e feroz luta no dia anterior à brigada. O grupo também fez a denúncia do despejo arbitrário contra camponeses de Messias (AL) cometido pela Usina Utinga Leão, a qual desabrigou mais de 700 famílias que, em ato de resistência, fundaram o Acampamento Zumbi dos Palmares.
Muitos trabalhadores demonstravam apoio às lutas populares: “Dá para esperar nenhum político não, tem que fazer luta na rua, todos juntos mesmo”, afirmou um trabalhador enquanto folheava o jornal e demonstrava sua insatisfação com o imobilismo de diversas organizações políticas com as quais teve contato.
Violência policial
Os ativistas relataram a presença de um grande contingente de policiais militares por todo o centro, que passavam de carro, moto, bicicleta e a pé pela maioria das ruas. Essa atitude foi tomada pelo governo do estado, que divulgou em suas redes sociais oficiais que aumentou a frota de policiais militares para garantir a segurança das compras de fim de ano no centro da cidade.
Em contrapartida, os ativistas presenciaram logo ao início da atividade uma batida policial truculenta na Praça do Diário, próximo ao local da brigada, na qual os PMs abordaram 4 pessoas sem teto que repousavam na sombra e para as quais mostraram suas armas. Não foram encontrados quaisquer itens furtados e os policiais se retiraram após alguns minutos.
Uma das pessoas revistadas se dirigiu a um dos ativistas do Comitê de Apoio ao AND para denunciar a violência policial enquanto chorava envergonhado. De acordo com os ativistas, esse tem sido um cenário comum nas principais áreas da cidade, além de ser frequente que os PMs tirem fotos do grupo durante atividades como forma de intimidação.