Congo: Chega a 100 o número de assassinados em protesto contra missão da ONU comandada por general brasileiro

Subiu para 100 o número de mortos durante uma manifestação contra a Monusco, missão da ONU comandada por general brasileiro.
Manifestantes detidos após protesto contra missão da ONU comandada por general brasileiro. Foto: AFP

Congo: Chega a 100 o número de assassinados em protesto contra missão da ONU comandada por general brasileiro

Subiu para 100 o número de mortos durante uma manifestação contra a Monusco, missão da ONU comandada por general brasileiro.

Reproduzimos, abaixo, uma notícia publicada pelo portal de notícias O Arauto Vermelho (The Red Herald) acerca de protestos no Congo contra a missão da ONU comandada pelo general brasileiro Ricardo Augusto Costa Neves.

A tradução de uma notícia anterior sobre o mesmo protesto publicada pelo O Arauto Vermelho pode ser encontrada aqui.

A Monusco tem participação central de generais do Exército reacionário brasileiro em seu comando. Antes de Ricardo, a missão foi comandada entre maio de 2018 e outubro de 2019 pelo general Elias Rodrigues Martins Filho. Já entre abril de 2013 e dezembro de 2016, o responsável pelo comando foi o general Carlos Alberto dos Santos Cruz. Santos Cruz comandou também a “Missão de Paz” no Haiti entre 2007 e 2009.


No último dia 2 de setembro, publicamos sobre o massacre que ocorreu em Goma, na República Democrática do Congo. Esse massacre ocorreu quando foi realizada uma manifestação contra a “Missão de Estabilização” da Organização das Nações Unidas (ONU), que foi severamente reprimida pelas forças do Estado. Essa missão da ONU está sendo realizada há mais de 20 anos. Nessa operação participaram países imperialistas como França, Bélgica, China ou EUA, que estão interessados na “estabilização” da área para garantir a extração de minerais que o Congo fornece às empresas estrangeiras imperialistas.

Naquele momento, de acordo com os dados oficiais, foram registradas cerca de 50 pessoas mortas, 75 feridas e 168 presas. Mas agora, o número de mortos aumentou para 100 pessoas. Recentemente, soube-se que 57 pessoas foram assassinadas e encontradas perto da igreja que foi atacada pelas forças do Estado. Algumas delas foram mortas quando estavam tentando escapar do massacre. Mas foi confirmado que outras 43 pessoas foram mortas na igreja e os corpos estão agora no necrotério do quartel militar localizado a poucos quilômetros de Goma.

Além disso, em 5 de setembro, dois oficiais militares de alto escalão foram presos por terem participado da repressão realizada durante os protestos. Os dois oficiais militares, Mike Mikombe e Donat Bawili, chefiaram a unidade da Guarda Republicana e o regimento das forças armadas do Estado em Goma. Outros quatro militares também estão sendo julgados por causa da repressão sangrenta contra o povo. Um dos soldados, o chefe da unidade da Guarda Republicana, declarou perante o Tribunal Militar que lhes foi dito que a marcha foi realizada pelo Grupo de Libertação Nacional em 23 de março. Um grupo armado que voltou recentemente à luta armada e que agora está sendo responsabilizado pelo governo por outro suposto massacre. O grupo 23 de março nega isso.

O governo também garantiu que quer “apurar responsabilidades” e agora está dizendo que não tem “interesse” em esconder nada. Mas a verdade é que o governo está tentando colocar a culpa desses assassinatos nos soldados, como se esse massacre tivesse sido feito por iniciativa pessoal dos soldados. Mas o massacre foi feito como consequência da repressão que o Estado faz para proteger os interesses dos países imperialistas na pilhagem do Congo.

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