Um corte de R$ 7,8 milhões no orçamento de 2025 da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) vai impactar o funcionamento de auxílios como moradia, creche, restaurante universitário, bolsas de iniciação científica, monitoria e extensão e até mesmo serviços como água, energia e manutenção. As informações são de um comunicado publicado no dia 23 de abril.
De acordo com a UFPB, o orçamento sancionado pela Lei Orçamentária Anual (LOA) é 4,68% menor que o inicialmente previsto. As áreas mais impactadas pelo corte serão a gestão de contratos e despesas de custeio e capital, como auxílios, bolsas, serviços terceirizados, manutenção e contas de água e energia. O PNAES e as bolsas acadêmicas foram fatiados em R$ 3,1 milhões, o que poderá resultar na diminuição da quantidade de vagas em programas e auxílios.
O corte foi de R$ 3,2 milhões em comparação com o orçamento de 2024. O valor sequer cobre os reajustes mínimos de recomposição inflacionária.
A situação ainda é agravada porque os recursos discricionários, principalmente aqueles usados na aquisição de bens permanentes e na manutenção da estrutura física e tecnológica, estão sendo progressivamente reduzidos.
Segundo um gráfico disponibilizado pela universidade, os recursos estão diminuindo desde 2023, o que coincide com os cortes feitos pelo governo de Luiz Inácio para o cumprimento do Arcabouço Fiscal, que na prática é um “Novo” teto de gastos.
Histórico de descaso
Estudantes da UFPB têm constantemente denunciado as condições precárias da instituição. Em fevereiro, mais de 300 alunos relataram sintomas de intoxicação alimentar após se alimentarem no Restaurante Universitário (RU).
A dona da ISM Gomes de Mattos LTDA, que controla o RU, já foi investigada pelo Ministério Público do Ceará por “capitanear” uma organização criminosa e servir comida de má qualidade em presídios do estado (CE). Isso se soma ao fato de o RU ser o mais caro do país dentre as universidades federais, custando R$15,01.
Em março, estudantes de Odontologia protestaram em frente à reitoria, levando cartazes e entoando palavras de ordem contra o descaso com o curso e o possível encerramento das atividades do mesmo. No mesmo mês, discentes de Direito do campus Santa Rita publicaram uma nota de repúdio contra o esquecimento da unidade.