O lançamento do “Caderno Conflitos no Campo 2024”, que está em sua 38ª edição, foi realizado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), em Brasília, nesta quarta-feira (23/04). No evento, realizado na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), estiveram presentes representantes de diversas organizações e ativistas.
Houve uma homenagem inicial aos diversos assassinados na luta pela terra. O presidente da CNBB tratou da importância do relatório dos conflitos no campo contra a invisibilização dos mortos nas lutas pela terra no campo brasileiro, parabenizando a CPT pelo trabalho realizado.
O presidente da CPT, Dom José Ionilton, agradeceu a todos os colaboradores, principalmente os agentes regionais que são quem acompanha de perto os conflitos no campo, e agradeceu à imprensa que divulga a realidade da violência no campo no Brasil.
Em fala direcionada ao Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, informou que muitas vezes buscaram o ministério em busca de uma saída para situações complexas no campo, no entanto, são essas mesmas instituições que causam o mal aos povos do campo.
O movimento “Invasão Zero” foi citado como um dos maiores causadores de conflitos no campo. Segundo a CPT, o movimento atua tanto na parte legal quanto na ilegalidade, agindo com Projetos de Leis (PLs) e com ações de pistolagem. A maior concentração dos PLs está no Centro Oeste (44%), seguido pelo Sudeste (22%), Norte (14%), Nordeste (12%) e Sul (8%).
Um representante da Associação Brasileira de Advogados do Povo (Abrapo) denunciou os ataques ocorridos em Machadinho D’Oeste (RO), onde a Polícia Militar (PM) de Rondônia, apoiando latifundiários e pistoleiros locais, tentou expulsar e levou presos camponeses da Área Gedeon José Duque.