Cresce o número de imigrantes interceptados no Canal do Mancha

A alta é uma expressão da intensificação da crise migratória e reflete a crescente insegurança e sofrimento das massas populares que fogem de seus países pelas guerras ou crises econômicas causadas pelo imperialismo.
Foto: Sea Watch/X

Cresce o número de imigrantes interceptados no Canal do Mancha

A alta é uma expressão da intensificação da crise migratória e reflete a crescente insegurança e sofrimento das massas populares que fogem de seus países pelas guerras ou crises econômicas causadas pelo imperialismo.

O número de imigrantes que precisaram de resgate em viagens de barco no Canal da Mancha aumentou quase 30% em 2024, segundo um relatório divulgado no dia 13 de fevereiro pela prefeitura marítima do Canal da Mancha e do Mar do Norte. 

A alta é uma expressão da intensificação da crise migratória e reflete a crescente insegurança e sofrimento das massas populares que fogem de seus países pelas guerras ou crises econômicas causadas pelo imperialismo. Essas massas viajam em condições precárias para a Europa na busca de uma falsa promessa de vida melhor nas potências imperialistas, onde, quando chegam, são jogadas aos piores trabalhos, com péssimas condições de vida.

O Canal da Mancha é uma via importante para a imigração porque fica entre a Franca e o Reino Unido, mas o relatório sublinha os perigos constantes que os imigrantes enfrentam, como hipotermia e asfixia.

O relatório, que traça o panorama dos migrantes tentado atravessar o estreito entre a França e o Reino Unido, sublinha o perigo constante que estes enfrentam. A organização “Caminando Fronteras” estima que 30 migrantes morreram todos os dias de 2024 tentando chegar à Espanha por via marítima, um número que, se comparado ao de 2023, quase dobrou.

Os últimos anos também registraram um elevado índice de matança de imigrantes, como deixou claro a morte de 10 imigrantes e desaparecimento de 44 na costa italiana, em 2023, ou o caso dos 53 imigrantes encontrados mortos por sufocamento e calor em uma minivan no Estados Unidos (EUA). 

Esses números são apenas a ponta do iceberg de uma crise muito maior, na qual o imperialismo está no epicentro: a exploração de recursos naturais dos países oprimidos, a imposição de dívidas externas esmagadoras, as guerras e as intervenções militares de potências imperialistas são razões centrais das crises migratórias. No ano passado, haviam 56 conflitos no mundo, todos ligados ao imperialismo, seja por serem conflitos de crises sociais causadas pelo sistema imperialista, seja por serem lutas anti-imperialistas. O número é o maior desde a Segunda Guerra Mundial. 

Enquanto o número de migrantes que chegam a países imperialistas aumenta, também cresce a violência e a repressão contra aqueles que conseguem chegar nos países imperialistas. As políticas de fechamento de fronteiras e as ações brutais contra migrantes, como as perpetradas pelo ultrarreacionário Donald Trump, que incluem a instalação de verdadeiros campos de concentração e a devolução forçada de pessoas, são apenas alguns exemplos de como a “resposta” imperialista ao problema é, em muitos casos, a violência deliberada e o empastelamento dos direitos humanos fundamentais. Essa desastrosa “resposta” é replicada por todos os líderes dos poucos países que impõem a dominação imperialista perante o resto do mundo.

Com o aprofundamento da crise imperialista e maior saqueio dos países oprimidos (colônias e semicolônias), o mais provável é que o número de mortes de imigrantes continue a crescer. Por outro lado, há a tendência do crescimento da revolta dos imigrantes nos países oprimidos, contra a espoliação imperialista, e nos próprios países imperialistas, como tem se desenhado no EUA.

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