Crescem as pressões e pugnas dentro do Exército reacionário

Crescem as pressões e pugnas dentro do Exército reacionário

Longe de uma unanimidade, reina no Alto Comando do Exército – entre os da ativa – um clima de pressão, divergência e animosidade. Quem apurou isso foi a jornalista Bela Megale, em matéria publicada no monopólio de imprensa O Globo.

Segundo a jornalista, os generais e outros oficiais que estão na reserva, e ex-membros do Gabinete de Segurança Institucional que seguem na ativa do Exército reacionário, estão pressionando e fazendo críticas abertas ao atual comandante e à cúpula da força.

A divergência se apresenta em torno da atitude tomada pelos altos mandos após os acontecimentos do 8 de janeiro. A avaliação dos descontentes é que o atual comando está sendo “subserviente” ao governo de turno na tentativa de não ser vinculado com os episódios de 8 de janeiro.

Um dos fatos que mais elevou a temperatura entre os altos mandos foi a prisão do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, que é tenente-coronel da ativa. Somam-se a isso as “irritações” contra decisões do ministro da Suprema Corte, Alexandre de Moraes, e com o Ministério da Justiça, nas investigações e procedimentos relativos à bolsonarada de 8 de janeiro e às “milícias digitais”.

“Ninguém aceita submissão, omissão e covardia”, afirmou um coronel, em entrevista à revista Oeste. “O que todos concordam é que se hoje a imagem do Exército está ruim, a culpa é dos generais”, completou.

Segundo as normas dessa constituição em vigor – em que pese ser extraordinariamente ambígua e permissiva com as tutelas das Forças Armadas sobre a vida política nacional, como demonstraram flagrantemente os últimos sete anos – é obrigação de qualquer arma subordinar-se ao comandante-em-chefe dela, que é o presidente da república, dentro dos marcos da lei.

Cá entre nós, não é exatamente isso o que está ocorrendo: foi esse mesmo Alto Comando que claramente incitou os episódios de 8 de janeiro para dar um recado ao governo, pondo em xeque a segurança das urnas e ajudando na montagem e manutenção dos acampamentos; e foi esse mesmo que se reuniu, após as eleições, para discutir se chegara ou não a hora de uma “intervenção militar”. Não foram outros generais, mas estes mesmos, que estão lá. Agora, no entanto, a maioria deles decidiram pela “retirada estratégica” temporária, diante do mal tempo criado, como fizeram já outras vezes. Mesmo assim, alguns dos generais e oficiais, segundo a apuração, têm visto nisso “subserviência”. O que seria a atitude correta, então, para esses gorilas assanhados? Só restaria uma: a ruptura.

Não resta dúvida – não poderia restar – de qual a natureza dessas Forças Armadas. São os mesmos currículos, mesmos cursos de formação, mesmos critérios de promoção, a mesma ideologia anticomunista que ruma ao fascismo etc. estabelecidos pelo regime militar fascista. Não surpreende que eles tendam, em última instância e em determinadas condições, a querer regredir àqueles idos.

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