Crime de Estado: Estudantes protestam contra incêndio do Museu Nacional no Rio

Crime de Estado: Estudantes protestam contra incêndio do Museu Nacional no Rio

Um dia após o incêndio que destruiu o Museu Nacional e, com ele, 200 anos de história e ciência, estudantes, pesquisadores, funcionários da UFRJ e outros manifestantes se concentraram diante dos portões da Quinta da Boa Vista para demonstrar indignação e manifestar apoio à instituição.

“O descaso do governo apaga a história do Brasil!”, gritavam os estudantes do Colégio Pedro II em uníssono. O Grupamento Tático Móvel (GTM) da Guarda Municipal (GM) usou bombas de gás e cassetetes para dispersar cerca de mil pessoas que se reuniram no entorno para exigir responsabilidade pela tragédia e se aproximar do prédio histórico, que estava cercado por grades. Os manifestantes resistiram aos ataques dos policiais atirando pedras e garrafas.  

Em torno de 13 horas, os portões foram liberados e eles puderam entrar no parque para observar o que restou do principal centro de pesquisa da América Latina e o quinto maior acervo do mundo. “Há um descaso com a educação pública e com a cultura, e a PEC 95 piora essa situação”, afirmou uma manifestante se referindo à emenda constitucional do teto dos gastos públicos que, na prática, congela o investimento em serviços básicos ao povo por 20 anos.

Ao fim da tarde, uma segunda manifestação foi convocada no Centro do Rio, também com o intuito de protestar contra o descaso e a negligência dos políticos e administradores que resultaram na tragédia. Milhares ocuparam por completo a Cinelândia, de onde marcharam logo em seguida para a Assembleia Legislativa do Estado (Alerj). Estima-se que cerca de 20 mil pessoas estavam presentes.

Desmonte da pesquisa e cultura é política de Estado

Após o incidente, o ministro da Educação, assim como Temer e o prefeito do Rio, Crivella, anunciaram que destinarão R$ 10 milhões para um plano de emergência de reconstrução do Museu Histórico Nacional. A instituição, contudo, que recebia uma verba entre R$ 1,9 milhão anuais, vinha sofrendo cortes drásticos desde 2014, com uma previsão de que somente R$ 205 mil seriam repassados para instituição em 2018 – até o momento do incêndio, a instituição havia recebido apenas R$ 57 mil. 

Uma reconstrução custaria 15 milhões.

De acordo com um funcionário da equipe de administração do museu, havia um processo em andamento para iniciar obras de preservação do prédio. No entanto, graças ao período eleitoral, esse processo foi paralisado.

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