Foto: Reprodução
O bolsonarista Rafael Silva de Oliveira (24 anos) executou, a golpes de faca e machado, o camponês Benedito Cardoso dos Santos (42), na cidade de Confresa/MT na madrugada de 8 de setembro. O crime ocorreu em menos de 24 horas após os atos eleitorais e golpistas de Bolsonaro. Ambos trabalhavam na mesma fazenda e não ingeriram bebida alcoólica antes do crime.
O crime ocorreu após uma discussão. Os dois trocaram socos antes de Rafael tomou a faca que Benedito empunhava e perfurou a vítima pelo menos 15 vezes. O assassino ainda tentou decapitar Benedito com um machado. Rafael está preso preventivamente.
Segundo relato do delegado que acompanha o caso, em entrevista ao G1, “eles haviam acabado de jantar e fumavam um cigarro juntos, quando começaram a discussão [por motivação política]. Os dois estavam sozinhos no barraco onde moravam. O que levou ao crime foi a opinião política divergente. A vítima estava defendendo o Lula, e o autor defendendo o Bolsonaro”.
SEGUNDA AÇÃO QUE RESULTA EM MORTE
O assassinato ocorreu a menos de 24 horas do desfile militar de 7 de setembro, marcado por manifestações organizadas pelo presidente Bolsonaro. Ele também ocorre a menos de um mês do primeiro turno das eleições de 2022, sendo o segundo episódio de ação de apoiadores do presidente genocida Bolsonaro que resultou em mortes. Em 9 de julho, o guarda municipal Marcelo Arruda morreu após um atentado a tiros, executado pelo bolsonarista Jorge Guaranho.
A AGITAÇÃO GOLPISTA E A ACOMODAÇÃO IMPULSIONAM VIOLÊNCIA POLÍTICA
O crescimento da violência política já foi tratado pelo Editorial Semanal do AND, intitulado Um sério acontecimento. Apontou-se, naquela ocasião, que a luta política no seio das classes dominantes locais (entre partidos e grupos de poder das frações) adentra cada vez mais no terreno da violência reacionária, em um contexto em que se desenvolve uma profunda crise geral do sistema de dominação reacionário. “Isto afeta a toda a sociedade e de modo diferente aos de cima e aos de baixo. A farsa eleitoral serve aos de cima em pugna para legitimar o sistema de opressão e exploração, arrastando ao máximo os de baixo para seu simulacro de democracia, dividindo-os em prol dos interesses dos de cima em crise e para desviá-los do caminho revolucionário”.
Sobre isso, o AND também apontava que “o crescimento de ações da extrema-direita, que vão se acumulando e já se manifestou como atentado, é resultado direto e necessário de toda a pregação golpista de Bolsonaro, agravada pela política de apaziguamento do Alto Comando das Forças Armadas (ACFA) para com a extrema-direita em seu seio”.