Os problemas do abastecimento de água perduram em Ponta Grossa, quarta cidade mais populosa do Paraná, no mês de abril. Dois meses depois do início do problema, o povo de Ponta Grossa ainda precisa abastecer galões partir de uma bica imprópria para consumo.
Apesar da revolta popular com o problema, a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) disse que fará uma nova paralisação do serviço de fornecimento em abril. Tentando melhorar sua imagem, a empresa chegou ao cúmulo de dizer que “só ficará sem água quem não tem caixa d’água”.
A violação de um direito tão básico do povo começou no dia 13 de fevereiro, quando a Sanepar interrompeu o fornecimento do serviço sob a alegação de que não estava conseguindo fazer o tratamento em tempo hábil. A desculpa esfarrapada, segundo a empresa, era o aumento do consumo da população em meio à onda de calor. Diversos bairros, em especial periféricos, ficaram total ou parcialmente secos até o final do mês de março.
O religamento do serviço foi programado para o dia 20 de março, mas vários bairros alegaram ter continuado desabastecidos até o dia 25/03. Dessa vez, a justificativa da Sanepar foi a realização de obras para aumentar o fornecimento. O governador bolsonarista do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), disse estar ciente do problema, mas deu razão à empresa. Simulando uma imagem de quem passa por falta d’água constantemente, apesar da condição abastada e da moradia em bairro nobríssimo, Ratinho disse ainda que “a gente sabe que é muito difícil ficar horas sem água, imagine dias”.
Em abril, a empresa anunciou que precisaria iniciar uma nova etapa das obras que paralisaria uma das fontes de captação, o que implicaria “baixa pressão ou falta de água temporária” dos dias 04/04 até 07/04. Também no dia 04/04, a empresa disse que a água de uma bica que foi usada por moradores da cidade durante todo o mês de março para atividades essenciais é “imprópria para o consumo”.