Crise interna em Israel mostra falta de apoio a Netanyahu e descoesão na frente agressora

Pesquisas divulgadas pelo monopólio de imprensa israelenses mostram uma queda abrupta da popularidade de Netanyahu dentro do próprio Estado sionista.
O gerente ultrarreacionário de Israel tende a perder cada vez mais popularidade. Foto: Maya Alleruzzo/AP

Crise interna em Israel mostra falta de apoio a Netanyahu e descoesão na frente agressora

Pesquisas divulgadas pelo monopólio de imprensa israelenses mostram uma queda abrupta da popularidade de Netanyahu dentro do próprio Estado sionista.

Uma pesquisa divulgada pelo monopólio de imprensa israelense Jerusalem Post realizada no último dia 13 de outubro, 5 dias após o crescimento das ações da Resistência Nacional Palestina contra o Estado invasor de Israel, revelou que 86% da população israelense considera que Benjamin Netanyahu, atual gerente do Estado sionista, é responsável pelo agravamento do conflito entre Israel e Palestina. A pesquisa demonstra o nível da falta de coesão entre os israelenses acerca da agressão sionista, ou como conduzi-la. 

Além desta porcentagem, que por si só expressa a profunda impopularidade do arquirreacionário Netanyahu dentro do próprio Estado sionista, destaca-se também outros aspectos da pesquisa; 56% consideram que ele deve renunciar após o fim da guerra, e 52% consideram que o Ministro da Defesa Yoav Gallant também deve renunciar no mesmo momento. Apesar da relativa tolerância com a permanência de Netanyahu na gerência do Estado sionista durante a guerra, é praticamente unânime a opinião de que ele deve sair do poder após o conflito.

Outro monopólio de imprensa israelense, o Hareetz, em um editorial publicado, afirma que “ele [Netanyahu] substituiu sua cautela pela política de um ‘governo de extrema-direita’, e tomou abertamente medidas para anexar a Cisjordânia e realizar a limpeza étnica da Zona C definida em Oslo”. E prossegue: “Esse plano também incluía a expansão maciça dos assentamentos [ilegais] e a ampliação da presença judaica no Monte do Templo, perto da Mesquita de Al-Aqsa”. As posições reveladas pelos monopólios de imprensa deixam patente um fato: não há, entre as classes dominantes e a população em israelense em geral, coesão interna sobre como lidar com a questão Palestina.

Dentro do próprio Estado sionista, há divergência sobre como deve-se conduzir os rumos do conflito. A extrema-direita israelense, responsável pelo recrudescimento da agressão sionista contra os palestinos desde o ano passado, com aumento no número e intensidade de operações militares, roubo de terras por colonos sionistas e assassinato de palestinos em territórios ocupados, se vê cada vez mais desmoralizada. As cisões já existentes certamente agravaram-se após o vigoroso ataque da Resistência Nacional Palestina no dia 07/10 contra os ataques sionistas em Gaza. Atualmente, o Estado sionista, e os israelenses, dividem-se entre as duas péssimas opções do conflito: entrar em Gaza, e arriscar uma derrota cabal, em uma guerra prolongada, no terreno dominado pelo inimigo, ou continuar com o prolongamento da agressão por meio de bombardeios e ataques aéreos, o que tem levado à crescente perda de credibilidade política na opinião pública internacional. Independente da escolha, não há fuga para a desmoralização total do Estado sionista.

Resistência Nacional está sólida

O mesmo não se verifica no campo da Resistência Nacional Palestina. Uma pesquisa realizada pelo Centro Palestino de Pesquisas em Política e Estudos de Opinião, revelou que 71% dos palestinos são favoráveis a formação de grupos armados pela Resistência Nacional contra o Estado sionista. Já 86% acreditam que a Autoridade Palestina não tem direito de prender os membros da Resistência, e 80% são contrários à ideia de que os grupos da Resistência Nacional entreguem suas armas.

São consequências diretas da justeza de ambas as guerras. Na frente invasora, militarmente mais forte, a descoesão geral acerca dos rumos da agressão. Entre os patriotas resistentes, a certeza acerca do caminho da luta armada contra o invasor e pela libertação total. 

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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