Crise na Uerj: vigilantes paralisaram atividades por um dia

Crise na Uerj: vigilantes paralisaram atividades por um dia

Vigilantes do turno da noite do campus Maracanã da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) paralisaram suas atividades no dia 18 de outubro em exigência do pagamento de três meses de salários atrasados.

Os mais de 20 trabalhadores da segurança relataram, em entrevista ao AND, que além do atraso dos salários não estão recebendo regularmente os vales-transporte, nem ticket alimentação.

— Três meses que não recebemos, por isso que a gente parou. Para eles darem uma satisfação pra gente. É alimentação parcelado, passagem parcelado – afirmou um dos vigilantes que preferiu não se identificar.

Sem dinheiro para pagar o transporte à locomoção até a universidade, os vigilantes ainda estão sendo punidos pelos dias que não vão ao trabalho.

— A gente recebe a metade do valor, e quando acaba a passagem e a gente não vem trabalhar ainda querem nos punir.

Trabalhadores relatam ainda que como punição, a empresa terceirizada desconta o dia de trabalho e a folga dos vigilantes. Por dia, são 155 reais descontados.

A irregularidade no pagamneto dos vigilantes agrava-se já há algum tempo. Os trabalhadores relatam que os atrasos começaram com 15 dias, depois 20 dias e agora já completam 3 meses.

— Temos nossas contas para pagar, estamos com prestações atrasadas, o nome de terceiros no SPC (“Serviço de Proteção ao Crédito”), de esposa, da família. Tem gerado problemas familiares de muitos e até de saúde.

— Quem mora de aluguel aqui, já está há dois meses com aluguel atrasado, às vezes tem que pegar dinheiro emprestado com um ou com outro. Já houve colega que foi despejado.

Em conversa com supervisores e representantes da empresa terceirizada da área de segurança, estes alertaram que não tem previsão de regularização dos pagamentos.

Os trabalhadores informaram que aguardarão até sexta-feira (20) a regularização dos pagamentos e anunciaram que se a situação não for normalizada vão fazer paralisação geral e entrar com uma ação no Ministério Público.

— Preferimos não nos identificar porque senão somos punidos. Eles mandam embora por justa causa, ou tiram você do posto – relatou um dos terceirizados.

Foto ilustrativa.

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