Em meio às diversas manifestações espontâneas que relevaram mais uma vez o rechaço popular à farsa eleitoral, três jovens foram alvo de prisões arbitrárias e acusados pelo velho Estado do “crime” de participar de protestos, no dia 7, domingo.
Ao que tudo indica, os jovens foram levados para a Polícia Federal e estão presos no 2ª Delegacia de Polícia de Campinas, porém as informações são desencontradas. A polícia tem sonegado informações de acordo com ativistas locais que prestam solidariedade e só hoje pela manhã é que se confirmou que o juiz responsável manteve a prisão dos jovens, e mesmo assim não se sabe em que caráter.
Segundo informações fornecidas por defensores dos jovens, vinculados a Associação Brasileira dos Advogados do Povo (Abrapo), os três jovens são acusados de crime eleitoral. Eles estão sendo enquadrados no Artigo 302 (“Promover, no dia da eleição, com o fim de impedir, embaraçar ou fraudar o exercício do voto a concentração de eleitores, sob qualquer forma, inclusive o fornecimento gratuito de alimento e transporte coletivo”), oriundo do código eleitoral elaborado no regime militar, durante o governo do general Castelo Branco. A pena está prevista de “quatro a seis anos de reclusão” e multa.
A juventude organizada em Campinas presta solidariedade nesse momento em frente à delegacia, bem como os advogados do povo. “Convocamos todos os ativistas, democratas e patriotas a fazerem o mesmo, por se tratar de uma defesa do direito de lutar.” disse um ativista do movimento popular.
Num contexto geral em que o velho Estado promove mais uma farsa eleitoral, sendo rechaçado de forma retumbante pelas massas, com mais de 40 milhões de pessoas lhe boicotando, e de perseguição fascista e criminalização àqueles que se levantaram em 2013 em massiva rebelião e de preparação de um golpe militar, é extremamente necessário que todo o povo defenda seus direitos, ao defender aqueles presos injustamente no processo.
O movimento popular em Campinas também está organizando, segundo o ativista, um fundo de solidariedade para pagar os custos do processo de defesa e prestar auxílio às famílias.