Deputados reacionários são escorraçados para fora de terras de camponeses pobres durante ‘CPI do MST’

No dia 14 de agosto, deputados federais conduziram mais uma invasão em terras camponesas durante diligências da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST), dessa vez em Goiás, causando novos distúrbios.
Deputado fanfarrão Gustavo Gayer (PL-GO) é escorraçado para fora de terras de camponeses pobres durante "CPI do MST". Foto: Reprodução
Deputado fanfarrão Gustavo Gayer (PL-GO) é escorraçado para fora de terras de camponeses pobres durante "CPI do MST". Foto: Reprodução
Deputado fanfarrão Gustavo Gayer (PL-GO) é escorraçado para fora de terras de camponeses pobres durante "CPI do MST". Foto: Reprodução

Deputados reacionários são escorraçados para fora de terras de camponeses pobres durante ‘CPI do MST’

No dia 14 de agosto, deputados federais conduziram mais uma invasão em terras camponesas durante diligências da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST), dessa vez em Goiás, causando novos distúrbios.

No dia 14 de agosto, deputados federais conduziram mais uma invasão em terras camponesas durante diligências da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST), dessa vez em Goiás, causando novos distúrbios. A fanfarronice foi duramente combatida pelos camponeses e apoiadores da luta pela terra, que se manifestaram contra a ação de perseguição às organizações que lutam pela terra.

A diligência do dia 14/08 ocorreu no município de Hidrolândia (GO), onde no dia 24 de julho cerca de 600 famílias camponesas tomaram parte de um latifúndio de posse do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). A terra integra o patrimônio da União desde 2016, mas ainda não foi destinada a nenhuma família camponesa. Além disso, os camponeses exigiam o assentamento de mais de três mil famílias camponesas em luta pela terra no estado.

O recente episódio é mais um que comprova o único propósito da “CPI do MST”: criminalizar e perseguir movimentos camponeses em luta pela terra. Um dos integrantes da diligência foi o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO), conhecido membro da “bancada ruralista” da região centro-oeste, a região com maior concentração de terras em todo o País. O deputado, que fazia da diligência um circo midiático e eleitoreiro, foi escorraçado por camponeses e apoiadores da luta pela terra em Hidrolândia.

Sobre as mais de 600 famílias camponesas que tomaram a terra do Incra para nela viver e trabalhar, o relator da CPI, o reacionário Ricardo Salles (PL), vomitou absurdos antipovo: “Quando o governo se omite, os bandidos se criam”, disse.

Dias antes, os baderneiros da CPI foram a um acampamento do MST em Alagoas, acompanhados da Polícia Federal (PF) para acossar os camponeses do acampamento São José, em Atalaia, ocupado há mais de 20 anos por centenas de famílias. 

Durante todo o tempo da diligência, os policiais impediram o livre trânsito dos camponeses pelo acampamento. Sentindo-se poderoso pela proteção das tropas da PF, o reacionário e acusado de tráfico de madeira, Ricardo Salles, chegou a tentar desmoralizar um camponês ao chamá-lo de “vagabundo”. A situação é um escárnio. Salles não é nem de longe conhecido como sujeito trabalhador. Na verdade, o parlamentar é conhecido por ter nascido em berço de ouro e ter falsificado o currículo com o título de mestrado. Até mesmo a conclusão dos estudos em todo o conforto possível foi esforço demais ao deputado. 

Reacionários não conseguirão impedir a luta pela terra

Cada vez mais, escancara-se o propósito da “CPI do MST” de elevar a criminalização da luta pela terra e enviar um recado ao governo de Luiz Inácio de que nem mesmo a demagogia da “reforma agrária” passará impune. 

Assim que voltou do recesso, a CPI convocou José Rainha, dirigente da Frente Nacional de Luta – Campo e Cidade (FNL), na tentativa de desmoralizar e incriminar a liderança. A tentativa foi cabalmente frustrada por Rainha, que não arrefeceu sob as acusações dos reacionários e elevou a defesa da distribuição de terras durante o interrogatório. 

As ofensivas da CPI e suas diligências contra lideranças e famílias camponesas continuarão a fracassar. O avanço da luta pela terra, assumido nacionalmente desde as grandes batalhas camponesas em Rondônia, nos anos de 2020-21, e registrado também no início desse ano pela mobilização de mais de 20 mil camponeses em tomadas de terras por todo o País, não será contido por comissões, medidas burocráticas e tentativas de intimidação por parte do velho Estado e seus asseclas.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
Agora, mais do que nunca, AND precisa do seu apoio. Assine o nosso Catarse, de acordo com sua possibilidade, e receba em troca recompensas e vantagens exclusivas.

Quero apoiar mensalmente!

Temas relacionados:

Matérias recentes: