Benjamin Netanyahu em visita ao Brasil no dia 28/12
A crise política desencadeada pela derrota militar das forças sionistas em Gaza em novembro aprofundou-se. No dia 24 de dezembro, os líderes da coalizão que até então era maioria no Knesset (o nome dado ao parlamento sionista) anunciaram a dissolução do mesmo e anteciparam as eleições para o dia 9 de abril.
A dissolução do parlamento ocorrerá após o partido de extrema-direita Yisrael Beitenu (YB) ter saído da coalizão do primeiro-ministro Netanyahu (de outro tradicional partido da extrema-direita sionista, o Likud, “União” em hebraico).
O líder do YB, Avigdor Lieberman, era ministro da defesa do governo Netanyahu e renunciou por divergências relativas aos assentamentos sionistas ilegais na Cisjordânia e sobre negociações feitas entre o governo sionista de ocupação da Palestina e os grupos que constituem a Resistência Nacional, como o Hamas e a Jihad Islâmica. Lieberman levou com ele o apoio de seu partido, deixando a coalizão de Netanyahu com apenas 61 dos 120 membros do Knesset.
A dissolução ocorreu após o Likud não obter apoio o suficiente para um projeto de militarização ostensiva da juventude judia ortodoxa, os chamados haredim, que é o único setor da população considerada “israelense” isento do serviço militar (todos os homens e mulheres de 18 anos são obrigados a prestar no mínimo dois anos nas forças militares sionistas). “Não podemos continuar assim, precisamos de eleições.”, declarou um dos porta-vozes da coalizão, ao anunciar que as eleições, que oficialmente ocorreriam em novembro de 2019, seriam antecipadas.
Benjamin Netanyahu, chefe da ocupação sionista desde 2009, vê sua carreira política cada vez mais ameaçada. Além do fim da coalizão, ele é investigado por corrupção em três casos diferentes; o último, de acordo com o órgão de imprensa ianque The New York Times, envolve beneficiar uma empresa de telecomunicações e inclui acusações de suborno, fraude, entre outras. Sarah Netanyahu, esposa de Benjamin, também é réu em um caso de corrupção. Netanyahu irá reunir-se com o futuro gerente do velho Estado brasileiro, Jair Bolsonaro, no dia 28/12.
Para distrair o público da crise política e militar que envolve todo o sionismo, Netanyahu ordenou nos últimos dias uma série de ações militares espetaculosas contra o Líbano e a Síria. Desde a véspera de natal até o dia 26, a força aérea sionista bombardeou Damasco, a capital da Síria, supostamente em ações “contra Irã e o Hezbollah”, disse uma porta-voz do Exército sionista à imprensa internacional. Ocorre ainda também uma campanha de bombardeios contra supostos “túneis do Hezbollah” na fronteira norte de Israel com o Líbano. Ambas as campanhas são de eficiência militar duvidosa.
Imagem divulgada pelo governo síro mostrando um míssel israelense atingindo Damasco durante a véspera de natal.