A desaprovação de Luiz Inácio ultrapassou 50% em todo o País e 60% nas regiões do Sul, Sudeste e Centro-Oeste, segundo uma nova pesquisa Genial/Quaest divulgada hoje (26/2). A pesquisa foi realizada nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia, Paraná, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Goiás.
Os resultados apontam que a desaprovação de Luiz Inácio subiu em todos os estados averiguados. O resultado foi de 55% para 69% em SP, de 47% para 63% em MG, de 33% para 51% na BA, de 33% para 50% no PE, de 64% para 66% no RJ e no RS, de 53% para 6% no PR e de 56% para 70% no GO.
A economia do País piorou para 62% dos entrevistados em SP, 59% em MG, 60% no RJ, 50% na BA, 61% no PR, 56% no RS, 51% no PE e 58% no GO.
A pesquisa também mediu a rejeição de Luiz Inácio em relação ao ex-presidente reacionário brasileiro, Jair Bolsonaro (PL). Os resultados mostram que ambos são rejeitados em taxas que vão de 40% a 68%, o que indica que, na falsa polarização entre a falsa esquerda e a extrema-direita, o povo rejeita a ambos. A rejeição de Bolsonaro supera a de Luiz Inácio somente na BA e no PE.
Popularidade em queda
A pesquisa Genial/Quaest confirma a tendência apontada pelo instituto DataFolha no dia 17 de fevereiro, que mostrou uma queda abrupta na popularidade de Luiz Inácio para 24%. Nessa semana, a pesquisa CNT/MDA disse que a avaliação negativa de Luiz Inácio cresceu de 31% para 44%.
O que chama atenção nas pesquisas é a queda na popularidade de Luiz Inácio nos históricos redutos eleitorais do mandatário, como no Nordeste – região que também concentra um imenso campesinato pobre. A pesquisa DataFolha do dia 17/2 também mostrou que Luiz Inácio perdeu mais apoio justamente nos setores que mais o apoiavam em 2022.
Essa relação foi explorada pelo Diretor-geral e Editor-chefe de AND no programa A Propósito daquele dia. “Seria tolice tentar encontrar respostas para essa queda de popularidade comparando com o governo Bolsonaro, porque a queda em 11 pontos percentuais está em um segmento mais vinculado à defesa dos direitos democráticos que tinha votado em Luiz Inácio em 2022”, comentou ele.
Bellizia também disse que a erosão salarial, a falta de entrega de terras por meio da reforma agrária, a não revogação da contrarreforma trabalhista e os cortes na Educação, no incentivo à cultura e no salário mínimo foram elementos que minaram o apoio ao governo.
Populismo requentado
Frente à violenta queda na popularidade, Luiz Inácio deu declarações e lançou medidas para tentar reverter o quadro em que se encontra.
Um dos anúncios foi de que Luiz Inácio planeja se engajar na PEC pelo fim da escala 6×1 – uma medida propagandística, mas que terá poucos efeitos imediatos concretos, diferente do que poderia ocorrer se Luiz Inácio decidisse, como prometeu em campanha, revogar a contrarreforma trabalhista de 2017.
Luiz Inácio também disse que todos os remédios da Farmácia Popular passarão a ser de graça, mas não aumentou o orçamento do programa, que foi o mais afetado em cortes do governo em 2024 (R$ 1,7 bilhão do programa foi bloqueado pela União em outubro do ano passado).
O problema do orçamento é importante porque, mesmo que o governo decida que todos os remédios serão gratuitos, é o dinheiro investido que garante que as promessas se tornem realidade – isto é, que as unidades existam, funcionem e estejam abastecidas.
Dados do Ministério da Saúde mostram, por exemplo, que estados do Norte e do Nordeste têm uma presença precária do programa: o estado do Amapá só tem uma unidade, na capital Macapá; em Roraima, unidades da farmácia Popular só existem em cinco municípios. São seis delas no Acre. Tocantins, Alagoas e Sergipe também estão na lista dos municípios com menos unidades.
Papel das forças progressistas e democráticas
No mesmo programa A Propósito do dia 17/2, apontando para os papéis dos progressistas, democratas e revolucionários no atual momento, o Diretor-geral de AND disse que “seria um grande erro dos democratas e revolucionários verem no apoio ao governo uma saída para o perigo reacionário que se apresenta agora. Este governo é parte do processo de pavimentação do perigo de reação extremista, fascista e golpista”.
“É o fracasso da falsa esquerda, que confunde as massas, que as desorganiza. E mais: o fato do movimento popular cooptado pelo oportunismo chamar as massas para defender esse governo gera, acima de tudo, imobilismo nas massas populares – porque elas não vão sair nas ruas para defender um governo de direita como condição para que a direita não volte”.