A 5º rodada da pesquisa Genial/Quaest apresentada nesta quarta-feira, dia 11, apresentou números inconvenientes para o governo de Luiz Inácio (PT). Enquanto 52% dos entrevistados dizem aprovar a gerência, em comparação com os 51% da pesquisa anterior, aumentam os índices de desaprovação de 45% para 47%. Os resultados mantêm a tendência de queda do governo registrada nas últimas pesquisas, com a novidade de que o governo teve o pior índice já registrado na região Nordeste.
Os números da pesquisa
A pesquisa foi realizada nas cinco regiões do país entre os dias 4 e 9 de dezembro. A margem de erro colocada é de 1%.
Entre os principais números apresentados estão a aprovação de 52% contra 47% que desaprovam o curso do governo. Nota-se um aumento de 1% na aprovação geral contra um aumento de 2% na desaprovação, ao comparar com a pesquisa anterior que era de 51% a 45% respectivamente.
Os dados desfavoráveis ao governo seguem o quadro de crescente queda da opinião pública ao governo. Na pesquisa anterior realizada em outubro, 39% dos entrevistados apontaram que o atual mandato de Luiz Inácio está pior que seus dois governos anteriores. Na nova pesquisa, ao todo 41% – um aumento de 2% – dos entrevistados apontam que o atual mandato é pior que os anteriores. Aliado a essa situação, caiu de 40% para 35% os que consideravam que Luiz Inácio está desempenhando um governo melhor que os seus passados.
Com exceção do Nordeste, o governo é mais desaprovado do que aprovado em todas as regiões do país. No Sul, a avaliação de aprovação é de 46% e a de desaprovação é de 52%. A comparação segue com o Centro-Oeste/Norte (44% de aprovação contra 55% de desaprovação) e Sudeste (44% contra 53%)
Apesar do Nordeste ter sido exceção, a desaprovação teve crescimento significativo na região, que é um dos pontos onde Luiz Inácio historicamente se apoia para se eleger. No conjunto da região houve uma queda de 69% para 67% da aprovação e aumento da desaprovação de 26% para 32%. Ademais, o maior desabamento ocorreu nos estados da Bahia e Pernambuco, segundo a pesquisa os índices de aprovação caíram de 69% para 66% e 73% para 65%, respectivamente.
Segundo o levantamento, outros dois grandes estados que apresentaram uma piora na avaliação do governo foram São Paulo e Goiás. Na pesquisa realizada três meses, os índices de aprovação em São Paulo e Goiás eram de 50% e 49%. Com a queda, os números foram para 43% e 41%, respectivamente. No mesmo tom, a desaprovação de 48% e 50% dos entrevistados aumentou para 55% e 56%.
Opinião desfavorável ao governo cresce junto com a piora das condições de vida
Apesar das justas desconfianças acerca das pesquisas realizadas por institutos burgueses, é certo que os números refletem as as frustrações das massas populares com a ausência do cumprimento das promessas de campanha. Ainda mais que já se foram dois anos de governo.
A economia é um problema central. Em outubro, a inflação voltou a crescer no país, puxada pela alta na energia elétrica e na alimentação, sobretudo da carne, hortaliças e café. Além disso, a cesta básica aumentou em todas as cidades do Brasil em relação a 2023, com destaque para Campo Grande (MS) (14,47%), Goiânia (GO) (12,19%), Brasília (11,19%) e São Paulo (SP) (10,56%). Os cortes previstos pelo governo no novo pacote fiscal do Ministro da Fazenda Fernando Haddad (PT) prometem piorar a situação.
O próprio diretor da Quaest, Felipe Nunes, afirmou ao monopólio de imprensa que: “a grande maioria dos brasileiros (61%) acredita que seu patamar financeiro está abaixo do esperado. Ou seja, estão frustrados. É como se a renda, mesmo com o PIB crescendo e o emprego em baixa, não estivesse sendo o suficiente. Não basta criar PIB para gerar bem-estar. As expectativas podem produzir frustrações, mesmo diante de bons resultados”.