Uma forte chuva que permanece sobre o Rio de Janeiro, em algumas localidades da Região Metropolitana e da Costa Verde desde a noite de ontem, 8 de abril, já deixou ao menos 7 mortos e outros 3 desaparecidos, além do estágio de crise decretado na capital.
Jovens do bairro de Paciência, Zona Oeste do Rio, arriscam a própria vida para salvar uma família que estava presa dentro de um veículo nas proximidades da clínica Lourenço de Melo. Foto: Reprodução/Facebook
O monopólio da imprensa tenta, no momento, amenizar os danos causados por mais esse crime de Estado. A população denuncia a parcialidade da cobertura dos meios de comunicação monopolistas, onde se ignoram as maiores regiões da cidade como a Zona Oeste (com exceção da Barra), onde há informações de mortos, comunidades completamente submersas, rios e valões transbordados e infraestruturas de todo o tipo ao chão.
Os bairros mais atingidos da região que já teve a alcunha de “Zona Rural” foram Campo Grande, Santa Cruz, Guaratiba, Paciência, Cosmos e Inhoaíba.
Entre a mescla de informações que circulam nas redes sociais por meio de denúncias de moradores e outras já oficializadas pelos órgãos públicos, constam um morador eletrocutado em Santa Cruz ao tentar salvar a própria casa limpando um ralo, uma criança arrastada por um valão transbordado nas proximidades de Inhoaíba e duas pessoas desaparecidas na comunidade do Jardim Maravilha, em Guaratiba.
Moradora de Cosmos registra rápida elevação do nível da água; cratera se abriu no local logo depois. Foto: Reprodução/Facebook
Em Cosmos, a água que chegou a encobrir completamente os carros que estavam estacionados nas ruas só começou a baixar quando uma enorme cratera se abriu numa rua. Na comunidade do Antares, em Santa Cruz, uma ponte foi arrastada pelo rio que corta a comunidade. Já no Jardim Maravilha, em Guaratiba, moradores ilhados ainda estão sendo resgatados de suas casas de barco.
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Até mesmo moradores de condomínios do programa “Minha Casa, Minha Vida”, como os que residem em Palmares, comunidade do bairro de Paciência, tiveram pertences destruídos; a comunidade que se instalou nos arredores do condomínio, bem como o comércio, estão submersos na lama.
Moradores de condomínio do Minha Casa Minha Vida na comunidade de Palmares, em Paciência, se abrigam nos andares de cima dos prédios. Foto: Thais de Oliveira/Whatsapp
Os serviços públicos na região, que cotidianamente já são mais debilitados que no resto da cidade, estão atuando muito abaixo da normalidade. O sistema de ônibus está sem operação em boa parte das linhas convencionais e têm estações fechadas no BRT. Crianças matriculadas na rede municipal estão sem aula e os chamados de urgência aos órgãos competentes para situações de risco não estão sendo respondidos.
Trabalhadores encontram a estação de BRT de Pingo D’água, no bairro de Guaratiba, fechada. Foto: Reprodução/Facebook
Em 2017, a prefeitura do Rio, já sob a gerência do atual prefeito Marcelo Crivella (PRB), desviou ao menos R$ 22 milhões destinados inicialmente à conservação e os realocou para publicidade da própria administração.
A redação de AND está atenta aos fatos e, em breve, trará novas atualizações sobre as consequências de mais essa tragédia anunciada que assola o Rio de Janeiro.