Ativistas denunciam a tentativa de intimidação por parte de policiais militares dentro do Campus Darcy Ribeiro da Universidade de Brasília durante atividade sobre a luta do povo palestino.

Em nota divulgada no Instagram do Coletivo de Base – Honestino Guimarães, os ativistas relataram um episódio em que policiais militares, momentos antes do início de uma atividade de confecção de bandeiras palestinas, buscaram saber informações com os seguranças da universidade, questionando sobre os ativistas e onde o evento seria realizado.

Os seguranças da UnB ainda buscaram saber mais informações, mas não localizaram cartazes com informações sobre o evento, mas foram respondidos por rádio comunicador que “tem outros cartazes deles aqui, mas nada sobre hoje”.

A atividade de confecção de bandeiras foi mantida em outro local. O embandeiramento de 10 bandeiras palestinas por todo o campus Darcy Ribeiro ocorreu na segunda-feira (08/07) e imagens foram encaminhadas ao Comitê de Apoio – Brasília.

Leia a nota na íntegra:

O Coletivo de Base – Honestino Guimarães vem denunciar uma tentativa de intimidação ocorrida no dia 20/06 por parte da PMDF e dos seguranças da UnB, Campus Darcy.

Foi realizada uma chamada para a atividade de confeccção e embandeiramento na UnB que ocorreria no dia 20/06. A atividade em apoio a causa palestina foi convocada e  no dia marcado para ocorrer, momentos antes do início, a PM já estava no local, dentro do campus (ICC sul – Udefinho).

Um de nossos ativistas que havia chegado com antecedência ao local ouviu o momento em que um dos PMs questionava os seguranças do udefinho sobre onde seria a atividade e onde os ativistas estavam reunidos, quando foi respondido que “não faziam ideia de que haveria uma atividade ali”.

No mesmo momento os seguranças entraram em contato com alguém por rádio comunicador para buscar informações da atividade que o coletivo faria, se haviam cartazes colados pela UnB ou se alguém já estava ciente disso, no que foi respondido de que “tem outros cartazes deles aqui, mas nada sobre hoje”.

Após a negativa dos seguranças, a PM ainda permaneceu no local aguardando o horário da atividade. Depois de verificar que a atividade não iria acontecer ali, se retiraram com a viatura.

A confecção acabou ocorrendo em outro local mais restrito e os ativistas marcaram o embandeiramento para ocorrer outro dia. 

O que deve ser questionado é: Qual o perigo que uma atividade de confecção de bandeiras poderia gerar para a Universidade para ser necessário a presença da PM? Qual o interesse da PM em saber sobre o Coletivo e as atividades que participa? Confeccionar bandeiras palestinas é crime? Infração? Ou os PMs tem algo contra o Coletivo ou sobre a causa palestina?

Não é preciso de muitos parágrafos para falar do papel repressivo da PM dentro e fora da UnB. Seja na sua brutalidade e repressão às massas periféricas, principalmente a juventude preta e pobre; nas tentativas de despejo dos povos indígenas, principalmente do Noroeste, em favor da especulação imobiliária; nas perseguições e assassinatos de camponeses em sua justa luta pela terra e na repressão ao movimento estudantil combativo em todo país. Sem esquecer de todo o contexto nacional da cooperação militar entre o velho Estado latifundiário-burguês e a entidade sionista, em que as mesmas armas utilizadas para matar o povo palestino estão sendo usadas para matar e reprimir nosso povo em luta.

O Coletivo de Base – Honestino Guimarães permanecerá defendendo a justa luta do povo palestino, levando a todos os locais a bandeira da heróica luta de resistência nacional contra o sionismo, defendendo o justo direito de rebelar-se.

Conclamamos os estudantes para defender as liberdades democráticas através da luta combativa. Esta é a única via possível para assegurar nossos direitos, lutar por uma universidade que sirva ao povo e enterrar os inimigos do povo, transformando as universidades em gloriosas trincheiras da luta de classes!