DF: Ativistas realizam atividades em defesa da educação e divulgando a luta pela terra

As duas atividades promovidas pelo Coletivo de Base — Honestino Guimarães (CB-HG) ocorreram em novembro e trataram da luta pela educação e da luta pela terra. As duas atividades promovidas pelo Coletivo de Base — Honestino Guimarães (CB-HG) ocorreram em novembro e trataram da luta pela educação e da luta pela terra.
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DF: Ativistas realizam atividades em defesa da educação e divulgando a luta pela terra

As duas atividades promovidas pelo Coletivo de Base — Honestino Guimarães (CB-HG) ocorreram em novembro e trataram da luta pela educação e da luta pela terra. As duas atividades promovidas pelo Coletivo de Base — Honestino Guimarães (CB-HG) ocorreram em novembro e trataram da luta pela educação e da luta pela terra.

Conforme as notas divulgadas no portal da Executiva Nacional de Estudantes de Pedagogia (ExNEPe), o Coletivo de Base – Honestino Guimarães (CB-HG) promoveu duas atividades tratando da luta pela educação e da luta pela terra respectivamente, durante a Semana Universitária da Universidade de Brasília.

Os ativistas promoveram um simpósio com tema “A Luta pela Educação Pública, Científica e de Qualidade no Brasil”. A atividade contou com a participação do professor Everton, da rede pública de ensino do Distrito Federal (DF), e com a Executiva Nacional de Estudantes de Pedagogia (ExNEPe). O simpósio ocorreu com apoio da professora Dra. Caetana Juracy, da Faculdade de Educação (FE) e teve a presença de cerca de 50 pessoas, muitas das quais demonstraram interesse em conformar uma Executiva Brasiliense.

Em fala inicial, um representante do CB-HG discorreu acerca do tema da atividade. Tratou da importância da luta pela educação no país, especialmente na situação atual de cortes de verba e ataques constantes à educação, e de contrarreformas como o Novo Ensino Médio (NEM), todas medidas que seguem em plena vigência no governo de Luiz Inácio. Relatou ainda das lutas pela educação em Brasília.

Segundo o ativista, o próprio CB-HG se conformou durante uma greve dos professores da rede pública em 2023. Os estudantes da Universidade de Brasília (UnB), buscando apoiar a greve e vendo que os coletivos existentes brecavam a mobilização estudantil, pensando em como a greve dos professores afetava seus políticos no senado, lutaram para fundar uma organização que prezasse pela independência e combatividade, travando a luta sem “rabo preso” com nenhum político. 

Saudou também a ExNEPe, pois seu exemplo e suas teses contribuíram em sua atuação durante a greve dos estudantes que ocorreu este ano. Lutando contra o DCE oportunista do Juntos e Correnteza, que fez de tudo para que a greve estudantil se tornasse negociações a portas fechadas com a reitoria, os estudantes independentes, seguindo as teses da ExNEPe, conseguiram conquistar uma ocupação do Bloco de Sala de Aula Norte (BSAN), além de unir a luta pela educação com a defesa da causa palestina, estendendo uma grande faixa em defesa da Resistência Nacional Palestina e promovendo debates acerca da causa.

Em seguida, o professor Everton apresentou sua tese de mestrado, que trata da relação do neoliberalismo com a educação. Contou a história do neoliberalismo e explicou seus conceitos basilares como “capital humano”, “meritocracia”, dentre outros que são utilizados constantemente pelos arautos das contrarreformas educacionais. O professor explicitou como o neoliberalismo se relaciona com a educação, acostumando os estudantes com a extrema exploração do trabalho e a “uberização” com a romantização de termos como “empreendedorismo”. 

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Demonstrou omo a educação vem cada dia mais se tornando um ponto importantíssimo para o capital internacional, preso em crises cada vez mais constantes, que os faz ter que explorar novos mercados e aumentar a exploração dos trabalhadores. Segundo o professor, esta lógica econômica acaba por adentrar na própria escola, que cada dia mais é tratada como uma empresa que deve ser “gerida” não para o benefício dos estudantes e trabalhadores nela presentes, mas em benefício da própria empresa, isto é, em benefício do gestor ou dono.

Por fim, um representante da ExNEPe apresentou a entidade aos estudantes. Relatou o histórico de lutas da executiva desde seu rompimento com a UNE até os dias recentes, relatando suas principais lutas como a defesa da universidade pública frente aos ataques do Banco Mundial e congêneres, como as políticas enganadoras como o Prouni, as contrarreformas como a Base Nacional Curricular Comum (BNCC), a Base Nacional Curricular – Formação de Professores (BNC-FP), e o NEM, além dos desafios vencidos pelos estudantes de pedagogia e pela executiva nacional frente a pandemia, sendo a única entidade estudantil a fazer um encontro nacional durante o período, além de ter dado apoio no país inteiro às populações principalmente de periferias com a confecção de produtos de limpeza em comunidade e a realização de Escolas Populares.

Tratou ainda das diversas ocupações que ocorreram no país inteiro dirigidas ou apoiadas pela ExNEPe nos recentes anos, em defesa da educação com unhas e dentes, nas quais se inclui a própria ocupação deste ano em Brasília, na qual a entidade deu apoio fulcral. Apresentou ainda aos estudantes o Plano de Lutas tirado no 42º ENEPe em Maringá.

Terminado o evento, estudantes de pedagogia presentes demonstraram interesse em conhecer mais acerca do coletivo e da executiva nacional. Muitos deixaram seu contato para participar de próximas atividades em defesa da educação, e estudantes de pedagogia demonstraram interesse em conformar uma Executiva Estadual em Brasília.

Palestra sobre luta dos povos indígenas é realizada com secundaristas

À convite de um estudante da escola Moara, o Coletivo de Base – Honestino Guimarães realizou uma palestra no dia 13/11 para os estudantes secundaristas acerca da luta dos povos indígenas no Brasil e em Brasília. Os estudantes e professores tomaram grande interesse pelo debate, convidando o coletivo para realizar mais debates que tenham como base a luta pela terra no Brasil.

Na palestra, os representantes do coletivo trataram a questão indígena tanto do ponto de vista histórico, quanto econômico. Explicaram a origem do Marco Temporal, sua inconstitucionalidade e o ataque que este representa aos povos indígenas, mas também explicaram as fundamentações econômicas por trás deste, sendo impossível a coexistência do latifúndio com a autodeterminação dos povos indígenas.

Uma das representantes do CB-HG, estudante de história, de família indígena e ativista da causa dos povos originários, tratou do histórico de luta dos povos indígenas ao longo dos últimos séculos de latifúndio. Relatou que o velho Estado vê os indígenas como seres indefesos, que devem ser tutelados, enquanto ao contrário, os povos indígenas fazem sua autodefesa e lutam contra invasores e inimigos, de maneira cada dia mais organizada e com objetivos cada vez mais claros e comuns.

Outro representante do coletivo tratou das questões atuais, como a resistência dos Guarani-Kayowá no MS, retratado a fundo pelo AND, além dos Avá-Guarani no PR. Relacionou estas lutas às lutas de camponeses, muitas vezes atacados pelos mesmos bandos armados, como o Invasão Zero, que atacou os camponeses de Barro Branco, PE, e que nenhum estudante conhecia, apesar de suas ligações escusas com o governo federal.

Então, ambos trataram das lutas indígenas no DF, como a luta da aldeia Teko Haw, que desafia a especulação imobiliária da região Noroeste, uma das regiões com o metro quadrado mais caro de Brasília. Assim como da aldeia Ahain Aam, que enfrenta ataques por razões semelhantes.

Por fim, os ativistas responderam aos questionamentos dos estudantes quanto à luta indígena e à luta pela terra. Muitos dos estudantes se interessaram pelo debate, dando suas opiniões em defesa dos povos originários e de sua justa luta. Por parte da direção da escola, houve interesse de convidar novamente o coletivo para poder tratar melhor de temáticas da luta pela terra que apareceram no debate, como a Revolução Agrária.

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