DF: Manifestação em frente ao Museu Nacional declara apoio à Palestina

Nos dias 10 e 20 de outubro, apoiadores da luta palestina se reuniram em frente ao Museu Nacional, em Brasília, para realizar um protesto em apoio ao povo palestina e em repúdio à agressão sionista.
Manifestantes protestam no DF contra agressão sionista. Foto: Banco de Dados AND

DF: Manifestação em frente ao Museu Nacional declara apoio à Palestina

Nos dias 10 e 20 de outubro, apoiadores da luta palestina se reuniram em frente ao Museu Nacional, em Brasília, para realizar um protesto em apoio ao povo palestina e em repúdio à agressão sionista.

Nos dias 10 e 20 de outubro, apoiadores da luta palestina se reuniram em frente ao Museu Nacional, em Brasília, para realizar um protesto em apoio ao povo palestina e em repúdio à agressão sionista. Os atos foram organizados pelo Comitê de solidariedade à Palestina – DF e contaram com a participação de imigrantes e descendentes palestinos, além de membros de diversos movimentos e organizações.

Ambos os atos contaram com importantes intervenções, as quais condenaram as ações terroristas realizadas por Israel, desde os cortes de água e energia elétrica até os bombardeios contra hospitais e assassinato de jornalistas.

Durante a manifestação, o presidente Luiz Inácio foi cobrado por seu posicionamento, visto que este, como serviçal do imperialismo, recuou em apoiar o levante palestino e classificou o ataque da Resistência Nacional como de tipo “terrorista”. No dia 20/10, alguns manifestantes denunciaram o fato de o governo brasileiro ter comprado armamento israelense para armar os batalhões policiais para agirem nas comunidades, mostrando a ligação entre a luta palestina e das massas oprimidas no Brasil.

O membro da Juventude Sanaúd, Caio, afirmou em entrevista dada ao Comitê de Apoio ao AND – DF que “no momento em que a solidariedade desses partidos que, supostamente são de esquerda, supostamente são comprometidos com as causas… no momento em que o apoio for necessário, eles não vão dar, porque ‘é complicado’, ‘eu não ganho nada com isso’”, disse.

Na manifestação do dia 10/10, os manifestantes também rechaçaram um provocador sionista, ainda não identificado, que filmava e condenava os presentes, próximo de seu encerramento. Como era de se esperar, a Polícia Militar do DF, deu proteção ao provocador.

‘Uma coisa que se pensava impossível’

Na mesma manifestação, o Comitê de Apoio ao AND – DF também conversou com Caio acerca da importância do último levante da Resistência Nacional Palestina.

— Uma coisa que se pensava impossível, era possível, porque, desde o cerco a Gaza em 2005, Israel vendia, pra quem ia lá colonizar, a ideia de que a colonização agora era uma coisa segura, e, pela primeira vez, a Resistência Palestina, dessa vez liderada militarmente pelo Hamas, eles conseguiram furar esse bloqueio, e isso é uma conquista militar muito grande. Porque desde a a Nakba, em 1948, nunca o povo palestino tinha conseguido recuperar terras que eles tivessem perdido. Isso é, mesmo que temporariamente, uma coisa muito grande, por isso que teve essa resposta tão grande também”.

Já Maynara, membro da Federação Árabe Palestina do Brasil, denunciou a ineficiência das ditas organizações internacionais: “a gente está há muitos anos sofrendo e o ano de 2022 foi, segundo a ONU, o ano mais sangrento para a Palestina. Então, a gente tá numa escalada de violência de muitos anos pra cá que demandava uma ação das Nações Unidas, uma ação dos países que apoiam a causa palestina. Mas, eu creio que esse levante agora vem numa mensagem muito clara: ‘Não fiquem calados diante do nosso massacre. Abram os olhos por que tá acontecendo aqui. As coisas não estão normais. Não é uma tentativa do Hamas de tentar bater de frente com Israel.’”

Ambos também se pronunciaram sobre a Resistência palestina frente aos ataques do imperialismo e do monopólio de imprensa. Caio afirmou: “É necessário primeiro saber que ela [a Resistência Nacional Palestina] é justa, porque é uma luta dos povos, uma luta, também, nossa. Tudo que eles passam, a questão da colonização, da ocupação, de estar sob a bota do imperialismo, a gente já passou e passa em vários lugares da América latina e do mundo. Enfim, no mundo todo”.

Segundo, Maynara: “nós, palestinos, sofremos a muitos anos, e temos direito à nossa autodeterminação, temos direito à reação, temos direito a autodefesa. Hoje, na mídia brasileira, a gente tá sendo pautado e sendo chamados de terroristas. Nós, palestinos, que antes éramos o dono da loja da esquina, a vizinha, a colega de faculdade, agora somos terroristas. É isso que a mídia hegemônica faz conosco aqui nesse país, e é contra isso que a gente tem que lutar. Eu peço pra que as pessoas não se calem, compartilhem conteúdo de mídias alternativas, contem pras pessoas o que tá acontecendo. Porque, o que passa no jornal é uma versão muito exclusiva do que acontece na Palestina”.

Sobre a importância dos protestos, Caio afirmou que: “a importância do ato é mostrar que quando o governo se cala, isso não significa o silêncio do povo. As pessoas, como, por exemplo, em vários países árabes, onde os governos, as ditaduras entreguistas serviçais dos americanos, se calam perante a violência contra a Palestina, o povo grita. Por exemplo, no Marrocos, enquanto a monarquia do Marrocos reconhece a ocupação sionista como se fosse um estado. Por mais que nosso governo tenha recuado, tenha quase capitulado essa agenda, por mais que a nossa mídia seja toda vendida, existe gente que sabe que é importante se solidarizar com a causa palestina, porque a causa deles é a nossa causa, é a causa do mundo todo”.

Já Maynara aproveitou o momento para conclamar a intensificação da luta: “Eu convoco, mais uma vez: não se calem diante do nosso massacre. Se mobilizem, vão aos atos, isso é muito importante. A gente precisa mostrar que o levante do povo palestino é real e tem o apoio do mundo inteiro”.

O Comitê de Solidariedade à Palestina – DF chamou ainda um novo ato, que ocorrerá no dia 26/10 na frente do Palácio do Buriti às 16h30.

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